Ratos e humanos no laboratório e suas interações complexas

Autores

  • Paula Simone Bolzan Jardim Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS)

Resumo

As neurociências ou as ciências do cérebro, têm se desenvolvido como área de estudos científicos de forma mais autônoma a partir da década de 50 do século XX e angariado prestígio ao longo desse tempo. A cerebralização de temas como os gostos, as emoções e a personalidade humanas ganharam espaço, investimento financeiro e de esperança nas investigações. Neste campo, as pesquisas básicas em modelo animal têm sido privilegiadas, em especial com roedores, pois, nestes animais de laboratório, o cérebro pode ser examinado em sua materialidade e vitalidade. O que imaginamos do cérebro humano é em parte devido às análises feitas sobre as estruturas cerebrais em camundongos e ratos, criados em larga escala em biotérios (inovações sociotécnicas que permitem esse tipo de fazer científico). A etnografia que realizo acontece em um laboratório de neurociências sediado numa universidade da região sul do Brasil e que se utiliza de ratos wistar machos para a realização de pesquisas laboratoriais sobre o funcionamento do cérebro. O que se pode dizer a respeito do envolvimento compulsório/não-compulsório, cooperativo/não cooperativo de humanos e ratos nesse laboratório multiespécies? Que humanidades e animalidades se constituem e circulam nesta rede?

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Publicado

2015-05-12