Tartarugas marinhas e mudanças climáticas: uma não-questão para tartarugueiros brasileiros

Autores

  • Eliana Santos Junqueira Creado Docente do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, na Universidade Federal do Espírito Santo.

Resumo

O objetivo da proposta é pensar como a questão das mudanças climáticas tem sido pouco pensada pelos estudiosos e conservacionistas que trabalham com as tartarugas marinhas no Espírito Santo, o que se caracteriza como uma especificidade bem demarcada, pois em outros países não se verifica tal obscurecimento do papel de mudanças climáticas sobre as várias espécies de tartaruga marinha encontradas no mundo. As justificativas comumente alegadas para isso seriam: (1) os argumentos da capacidade de indivíduos da espécie, mais especificamente, as fêmeas, terem a possibilidade de enterrar seus ovos, nas praias, com maior ou menor profundidade, através do ato de escavar a areia (podendo então influenciar o nascimento de filhotes machos ou fêmeas, pois a profundidade altera a temperatura dos ninhos e essa, por sua vez, influencia a razão de sexo); (2) o fato de se tratar de animais cujos registros históricos apontam o surgimento de seus predecessores em mais de cem milhões de anos atrás, o que denotaria sua capacidade de resistir a diversas mudanças ambientais.A ideia de obscurecimento foi tomada de empréstimo de Roy Wagner (2010), no livro A invenção da Cultura. Quanto à denominação "tartarugueiro" foi ouvida em entrevistas realizadas com pesquisadores "mais acadêmicos", ou seja, ligados a universidades, e também junto a funcionários do Projeto Tartarugas Marinhas (TAMAR), para denominar quem trabalhasse com a espécie em diferentes instâncias. O material utilizado na análise será composto por entrevistas realizadas junto a vários desses tartarugueiros, observação direta de atividades do TAMAR realizadas em Regência Augusta e Vitória (ES), bem como análise de fontes secundárias e material bibliográfico. 

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Publicado

2015-05-12