Estudantes indígenas nas universidades: sobre modos de conhecer, de construir relações e de traduzir conhecimentos

Autores

  • Talita Lazarin Dal Bo

Resumo

Essa comunicação apresenta as principais questões de uma pesquisa em andamento que tem como foco o acesso recente e intenso de estudantes indígenas às universidades e aos espaços acadêmicos, refletindo em torno de regimes de conhecimento. É possível, nesses espaços, aproximar e permitir dialogar saberes e conhecimentos que se exprimem por processos diferentes? Ou ainda, é possível apostar em modos de tradução e de transformação desses conhecimentos?Ao acompanhar experiências de estudantes indígenas em cursos regulares de graduação na UFSCar e de alguns estudantes indígenas de pós-graduação em Antropologia Social na UFAM, buscarei levantar alguns pontos para reflexão, como: 1) os modos de conhecimento que se realizam nessas experiências devem ser percebidos não somente em ambientes de sala de aula e de pesquisa, mas se estendem a diversos momentos da formação universitária desses estudantes, demonstrando que a ideia de “conhecimento” deve ser ampliada para umas perspectiva mais composta, que se atente a modos de se relacionar, de ocupar espaços, de constituir sujeitos políticos e de construir
alianças e relações que se entremeiam no campus universitário e para além dele; 2) o acompanhamento das experiências dos pós-graduandos indígenas em Antropologia nos leva a refletir sobre processos de produção de pesquisa como modos de tradução e de transformação de conhecimentos, cujos efeitos parecem caminhar para novas possibilidades de produções antropológicas, tanto com relação às metodologias de pesquisas quanto à produção de conceitos e categorias que se realizam nesses processos; e 3) a necessidade de nos atentar para as relações construídas em todas essas experiências, e os efeitos que elas produzem nas formações e produções acadêmicas desses estudantes.

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Publicado

2019-08-13