Considerações sobre a seleção de áreas protegidas, o planejamento sistemático da conservação e a escala de abordagem

Autores

  • Larissa Monteiro Rafael Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2036

Palavras-chave:

Planejamento da conservação. Escalas da paisagem. Conservação da biodiversidade

Resumo

Até a década de 1970 as metodologias voltadas à seleção de Áreas Protegidas eram pouco sistematizadas, acarretando na criação de áreas isoladas e sem integração regional. A partir de perspectivas mais recentes, essas áreas deixam de exercer uma função isolada para comporem pilares sobre os quais a integração regional para a conservação da biodiversdiade seja realizada. Nesse âmbito, o Planejamento Sistemático da Conservação visa apresentar um estrutura para seleção e desenho das APs a partir de regiões de planejamento. Discute-se aqui o papel da escala nessa abordagem regional de integração, considerando sua natureza de síntese e a necessidade de ações de conservação em uma escala de detalhe.

Biografia do Autor

  • Larissa Monteiro Rafael, Universidade Federal de Sergipe
    Departamento de Geografia (Itabaiana)

Referências

ALBUQUERQUE, U. P.; SILVA, J. S.; CAMPOS, J. L. A.; SOUSA, R. S.; SILVA, T. C.; ALVES, R. R. N. The current status of ethnobiological research in Latin America: gaps and perspectives. Journal of ethnobiology and ethnomedicine, v. 9, p. 1–9, jan. 2013.

AYRES, J. M.; FONSECA, G. A. B.; RYLANDS, A. B.; QUEIROZ, H. L.; PINTO, L. P.; MASTERSON, D.; CAVALCANTI, R. B. Os Corredores Ecológicos das Florestas Tropicais do Brasil. Belém: Sociedade Civil Mamirauá, 2005.

BAILEY, R. G. Ecoregions: the Ecosystem Geography of the Oceans and Continents. 2a. ed. New York: Springer, 2014.

BENSUSAN, N. Conservação da Biodiversidade em áreas protegidas. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

BERNARD, E.; BARBOSA, L.; CARVALHO, R. Participatory GIS in a sustainable use reserve in Brazilian Amazonia: Implications for management and conservation. Applied Geography, v. 31, n. 2, p. 564–572, abr. 2011.

BOURGOIN, J. Sharpening the understanding of socio-ecological landscapes in participatory land-use planning. A case study in Lao PDR. Applied Geography, v. 34, p. 99–110, 2012.

BRASIL. Decreto no 23.793, de 23 de janeiro de 1934. Aprova o código florestal que com este baixa.Rio de Janeiro:Ministério da Agricultura, , 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/D23793impressao.htm>. Acesso em: 21 jan. 2015

___. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.BrasíliaMinistério do Meio Ambiente, , 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm>. Acesso em: 21 jan. 2015

___. Decreto no 5.758, de 13 de abril de 2006. Institui o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas - PNAP, seus princípios, diretrizes, objetivos e estratégias, e dá outras providências.Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5758.htm>. Acesso em: 21 jan. 2015

BUIJS, A. E.; ARTS, B. J. M.; ELANDS, B. H. M.; LENGKEEK, J. Beyond environmental frames: The social representation and cultural resonance of nature in conflicts over a Dutch woodland. Geoforum, v. 42, n. 3, p. 329–341, jun. 2011.

CHIMÈRE-DIAW, M. Escalas nas teorias da conservação: um outro conflito de civilizações? In: DIEGUES, A. C. S. (Ed.). . A ecologia política das grandes ONGs transnacionais conservacionistas. São Paulo: NUPAUB-USP, 2008. p. 105–124.

CROSBY, A. W. Imperialismo Ecológico: a expansão biológica da Europa 900 - 1900. Traducao José Augusto Ribeiro e Carlos Afonso Malferrari. São Paulo: Companhia de Bolso, 2011.

DAVENPORT, L.; RAO, M. The history of protection: paradoxes of the past and challenges for the future. In: TERBORGH, J.; SCHAIK, C. VAN; DAVENPORT, L.; RAO, M. (Eds.). . Making parks work: strategies for preserving tropical nature. Washington: Island Press, 2002. p. 66–101.

DIAMOND, J. M. The island dilemma: lessons of modern biogeographic studies for the design of natural reserves. Biological conservation, n. 7, p. 129–146, 1975.

DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. 6 ed. ampl ed. São Paulo: Hucitec: Nupaub-USP/CEC, 2008.

DUDLEY, N. Guidelines for applying protected area management categories. Gland, Switzerland: IUCN, 2008.

EKEN, G. et al. Key Biodiversity Areas as Site Conservation Targets. BioScience, v. 54, n. 12, p. 1110, 2004.

FORRESTER, J.; COOK, B.; BRECKEN, L.; CINDERBY, S.; DONALDSON, A. Combining participatory mapping with Q-methodology to map stakeholder perceptions of complex environmental problems. Applied Geography, v. 56, p. 199–208, 2015.

GALLINI, S. El ambiente entre representación y ecología. Varia Historia, v. 33, p. 76–104, 2005.

GOMEZ-POMPA, A.; KAUS, A. Taming the wilderness myth. BioScience, v. 42, n. 4, p. 271–279, 1992.

GUERRA, A. T.; COELHO, M. C. N. Unidades de Conservação: abordagens e características geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

JORGE-PÁDUA, M. T. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação. In: MEDEIROS, R.; ARAÚJO, F. F. S. (Eds.). . Dez anos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: lições do passado, realizações presentes e perspectivas para o futuro. Brasília: MMA, 2011. p. 21–36.

LANGHAMMER, P. F.; BAKARR, M. I.; BENNUN, L. A.; BROOKS, T. M.; CLAY, R. P.; DARWALL, W.; SILVA, N. DE; EDGAR, G. J.; EKEN,

G.; FISHPOOL, L. D. C.; FOSTER, M. N. Identification and Gap Analysis of Key Biodiversity Areas. Gland/Suiça: IUCN, 2007.

LIMA, R. P. N.; LUNA, T. I.; QUINHÕES, T. A. T.; OLIVEIRA, V. P. DE; CADEMARTORI, E. G.; FIGUEIREDO, R. P. DE; PEREIRA, J. L.; FONSECA, D. S.; IVO, J. B. DE O.; PAIVA, A. S. DE. Contribuições do projeto Corredores Ecológicos ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação. In: LIMA, R. P. N.; LUNA, T. I.; QUINHÕES, T. A. T.; OLIVEIRA, V. P. DE; CADEMARTORI, E. G.; FIGUEIREDO, R. P. DE; PEREIRA, J. L.; FONSECA, D. S.; IVO, J. B. DE O.; PAIVA, A. S. DE (Eds.). . Dez anos do Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza: lições do passado, realizações presentes e perspectivas para o futuro. Brasília: MMA, 2011. p. 115–129.

MARGULES, C. R.; PRESSEY, R. L. Systematic conservation planning. Nature, v. 405, n. 6783, p. 243–253, 11 maio 2000.

MEDEIROS, R. Evolução das tipologias e categorias de áreas protegidas no Brasil. Ambiente & Sociedade, v. 9, n. 1, p. 41–64, 2006.

MEDEIROS, R.; GARAY, I. Singularidades do Sistema de Áreas Protegidas para a Conservação e Uso da Biodiversidade Brasileira. In:

BECKER, B. K.; GARAY, I. (Eds.). . Dimensões Humanas da Biodiversidade: O Desafio de Novas Relações Sociedade-Natureza. [s.l.] Vozes, 2006. p. 159–184.

MEDEIROS, R.; YOUNG, C. E. F. Contribuição das Unidades de Conservação Brasileiras para a economia nacional. Brasília: [s.n.].

MORSELLO, C. Áreas protegidas públicas e privadas: seleção e manejo. 2a. ed. São Paulo: Annablume, FAPESP, 2006.

MYERS, N. Biodiversity Hotspots Revisited. BioScience, v. 53, n. 10, p. 916–917, 2003.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. February, p. 853–859, 2000.

OLSON, D. M. et al. Terrestrial Ecoregions of the World : A New Map of Life on Earth. BioScience, v. 51, n. 11, p. 933–938, 2001.

OLSON, D. M.; DINERSTEIN, E. The Global 200: a representation approach to conserving the Earth’s most biologically valuable ecoregions. Conservation Biology, v. 12, n. 3, p. 502–515, 1998.

PÁDUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786 - 1888). 2a. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

POSSEY, D. A.; OVERAL, W. L. Ethnobiology: implications and aplications (D. A. POSSEY & W. L. OVERAL, Eds.)Proceedings of the First International Congress of Ethnobiology. Belém, 1988. Anais...Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1990

PRESSEY, R. L. Ad hoc reservations: forward or backward steps in developing representative reserve systems? Conservation biology, v. 8, n. 3, p. 6620–668, 1994.

PRESSEY, R. L.; HUMPHRIES, C. J.; MARGULES, C. R.; VANE-WRIGHT, R. I.; WILLIAMS, P. H. Beyond opportunism: Key principles for systematic reserve selection. Trends in ecology & evolution, v. 8, n. 4, p. 124–8, abr. 1993.

RAMBALDI, G.; MUCHEMI, J.; CRAWHALL, N.; MONACI, L. Through the Eyes of Hunter-Gatherers: participatory 3D modelling among Ogiek indigenous peoples in Kenya. Information Development, v. 23, n. 2–3, p. 113–128, 1 maio 2007.

REIGOTA, M. Meio Ambiente e Representação Social. 8a. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

RODRIGUES, A. S. L. et al. Global gap analysis: towards a representative network of protected areas. Washington: Conservation International, 2003. v. 5

RYLANDS, A. B.; BRANDON, K. Unidades de conservação brasileiras. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 27–35, 2005.

SCHERL, L. M.; WILSON, A.; WILD, R.; BLOCKHUS, J.; FRANKS, P.; MCNEELY, J. A.; MCSHANE, T. O. As áreas protegidas podem contribuir para a redução da pobreza? Oportunidades e limitações. Gland/Suiça e Cambridge/Reino Unido: IUCN, 2006.

SIEBER, R. Public participation geographic information systems: A literature review and framework. Annals of the Association of Geographers, v. 96, n. January, p. 491–507, 2006.

SODHI, N. S.; LEE, T. M.; SEKERCIOGLU, C. H.; WEBB, E. L.; PRAWIRADILAGA, D. M.; LOHMAN, D. J.; PIERCE, N. F.; DIESMOS, A. C.; RAO, M.; EHRLICH, P. R. Local people value environmental services provided by forested parks. Biodiversity Conservation, v. 19, n. 4, p. 1175–1188, 17 nov. 2010.

SULLIVAN, A. L.; SHAFFER, M. L. Biogeography of the Megv. Science, v. 189, n. 4196, p. 13–17, 1975.

TERBORGH, J.; SCHAIK, C. VON. Why the World Needs Parks. In: TERBORGH, J.; SCHAIK, C. VAN (Eds.). . Making Parks Work: Strategies for Preserving Tropical Nature. Washington: Island Press, 2002. p. 21–39.

WEINER, D.; HARRIS, T. M.; CRAIG, W. J. Community Participation and Geographical Information Systems. London: Taylor and Francis, 2002.

Downloads

Publicado

2018-02-04

Edição

Seção

Biogeografia, Manejo de Áreas Naturais e Protegidas: Conservação da Biodiversidade