Conceição do Ibitipoca/MG, o arraial e o parque: desenvolvimento de diferentes atividades no entorno e conservação da biodiversidade

Autores

  • Raquel Fernandes Rezende Universidade Federal Fluminense
  • Luiz Renato Vallejo Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2039

Palavras-chave:

Biogeografia. Áreas protegidas. Parques estaduais. Conceição do Ibitipoca

Resumo

O presente artigo integra parte da tese de doutorado da autora R. F. Rezende, intitulada “O Entorno das Unidades de Conservação: Relações entre Atividade Turística e Uso do Solo no Arraial de Conceição do Ibitipoca, Lima Duarte/MG”. Ressalta-se que os estudos estão ligados à questão dos Parques Estaduais e seus entornos, em Minas Gerais. Nesse sentido, este artigo discute a perspectiva da biogeografia destinada à conservação da biodiversidade, em especial, as áreas protegidas e suas respectivas implicações nos locais onde estas são implantadas. As atividades turísticas associadas às unidades de conservação promovem, em geral, interferências no ordenamento territorial em seu entorno. Estas atividades alteram usos, promovem conflitos e repercutem sobre o planejamento, em geral. Nesta perspectiva, a presente pesquisa abrange a categoria dos Parques Estaduais e, especificamente, o Parque Estadual do Ibitipoca (PEIb) e seu entorno na porção localizada no Distrito (Arraial) de Conceição do Ibitipoca, município de Lima Duarte, Minas Gerais. O Parque apresenta elementos físicos naturais que se expressam em paisagens exuberantes e atrativas à visitação. No distrito ocorre um núcleo turístico, que abriga atrativos próprios (edificações históricas, eventos programados, trilhas, cachoeiras entre outros), além da estrutura de hospedagem e alimentação para receber os visitantes. A atividade turística estimulada pelo Parque e desenvolvida no distrito aumentou consideravelmente no final da década de 1980 e tem promovido mudanças importantes na ocupação e uso do solo local. A pesquisa abrangeu levantamentos bibliográficos e iconográficos da área de estudo, bem como trabalhos de campo com a aplicação de questionários junto aos atores envolvidos na questão do ordenamento territorial. Também foram realizados cruzamentos de informações obtidas nos planos e legislações voltados para o tema em análise, além da elaboração de mapas referentes à área. A situação encontrada na realidade de convivência do PEIb com o seu entorno demonstrou o quanto é importante o envolvimento da população local, principalmente na preparação e recepção das políticas públicas associadas ao turismo. O entorno, com seus moradores e atividades econômicas devem colaborar na jornada da conservação da natureza, sem qualquer exclusão. No entanto, isso só se torna possível quando tais populações são ouvidas e se tornam participativas ao longo das etapas de criação, implantação e gestão das UCs. 

Biografia do Autor

  • Raquel Fernandes Rezende, Universidade Federal Fluminense
    Geografia
  • Luiz Renato Vallejo, Universidade Federal Fluminense

    Geografia

     

Referências

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Publicado

2018-02-04

Edição

Seção

Biogeografia, Manejo de Áreas Naturais e Protegidas: Conservação da Biodiversidade