Planalto Paracatu-Urucuia: um compartimento morfoestrutural na borda do Cráton Do São Francisco

Autores

  • Mário Teixeira Rodrigues Bragança Prefeitura Municipal de Betim

DOI:

https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2486

Palavras-chave:

Planalto Paracatu-Urucuia. Cráton do São Francisco. Alto Estrutural do Paracatu. Morfoestrutura

Resumo

Este trabalho enseja a revisão conceitual da geomorfologia da bacia do Rio São Francisco, no noroeste de Minas Gerais, recorrendo à proposição de uma nova abordagem do relevo através do exemplo do Planalto Paracatu-Urucuia. A nova unidade foi descrita como um compartimento morfoestrutural, inserido no domínio do cráton do São Francisco. Sugere-se a delimitação do compartimento a partir do mosaico de informações topográficas e geológicas, o qual indica uma origem associada a movimentos transpressivos resultantes dos esforços do cinturão orogênico Brasília sobre o cráton do São Francisco, do que resulta um bloco saliente. A essa feição foi aplicado o conceito de morfoestrutura e sua individualização se deu a partir de lineamentos crustais cujas idades remontam ao Pré-Cambriano, embora haja evidências de sua reativação. A nova unidade foi delimitada por feições estruturais seguida da descrição de aspectos relacionados à morfologia, substrato geológico, cobertura superficial e estruturação da rede drenagem.

Biografia do Autor

  • Mário Teixeira Rodrigues Bragança, Prefeitura Municipal de Betim
    Programa de Pós-Graduação em Geografia Física. FFLCH/USP; Professor de Geografia/Prefeitura Municipal de Betim.

Referências

AB’SÁBER, A.N. Da participação das depressões periféricas e superfícies aplainadas na compartimentação do Planalto Brasileiro. 1965. 180f. Tese (Livre-Docência em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São Paulo. 1965 (edição do autor, mimeografada).

AB’SÁBER, A. N. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas no Brasil. Orientação, São Paulo, n. 3, p. 45-48, 1967.

ALKMIN F. F., BRITO NEVES B.B., ALVES J.A.C. Arcabouço tectônico do Cráton do São Francisco: uma revisão. In: DOMINGUEZ, J.M.L.; MISI, A. (eds.). O Cráton do São Francisco: Trabalhos apresentados na reunião preparatória do II Simpósio sobre o Cráton do São Francisco. Salvador: SBG; SGM; CNPq, 1993. p. 45-62.

ALMEIDA, F.F.M. A propósito dos “Relevos Policíclicos na Tectônica do Escudo Brasileiro”. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 9, p. 3-18, out. 1951.

ALMEIDA, F.F.M. Origem e Evolução da Plataforma Brasileira. Boletim, Rio de Janeiro, n. 241, p. 1-36, 1967 (Divisão de Geologia e Mineração/DNPM).

BRAGANÇA, M.T.R. Superfícies de erosão do setor centro-oriental da bacia do rio Paracatu, no Estado de Minas Gerais. 2012. 109f. Dissertação (Mestrado em Geografia Física). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

CAMPOS, J. E. G.; DARDENNE, M. A. Estratigrafia e sedimentação da Bacia Sanfranciscana: uma revisão. São Paulo. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 27. n. 3, p. 269-282, 1997a.

CAMPOS, J. E. G.; DARDENNE, M. A. Origem e evolução tectônica da Bacia Sanfranciscana. São Paulo. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 283-294, 1997b.

CETEC. FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS. 2º Plano de Desenvolvimento Integrado do Noroeste Mineiro: Recursos Naturais. Belo Horizonte: Fundação CETEC, 1981. 2v. (Série de Publicações Técnicas, 2). Contém 16 mapas.

CETEC. FUNDAÇÃO CENTRO TECNOLÓGICO DE MINAS GERAIS. Diagnóstico Ambiental do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação CETEC, 1983. 1v. 158p. (Série de Publicações Técnicas, 10).

COMPANHIA MINERADORA DE MINAS GERAIS (COMIG); SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (CPRM). Projeto São Francisco. Folhas João Pinheiro, Três Marias e São Romão: geologia. Escala 1:250.000. Belo Horizonte; Brasília: COMIG; CPRM, 2003. (Projeto Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil).

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MINAS GERAIS (CODEMIG); SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (CPRM). Estado de Minas Gerais: Mapa Geológico e Mapa de Recursos Minerais em Sistema de Informações Geográficas – SIG. Escala 1:1.000.000. Belo Horizonte; Brasília: CODEMIG-CPRM, 2014.

DARDENNE, M.A. The Brasília Fold Belt. In: CORDANI, U.G.; THOMAZ FILHO, A.; CAMPOS, D.A. (ed.). Tectonic evolution of South America. In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31, 2000, Rio de Janeiro. Anais… Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências; Departamento Nacional de Produção Mineral; Ministério de Ciência e Tecnologia – CNPq, FINEP; Ministério de Minas e Energia – ANP, CTPETRO, p. 230-263, 2000.

DAVIS, W.M. The geographical cycle. Geographical Journal, London, v. 14, p. 481-504, 1899.

FREITAS, R.O. Ensaio sobre o relevo tectônico do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 171-222, 1951.

HASUI, Y. Neotectônica e aspectos fundamentais da tectônica ressurgente no Brasil. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia – Núcleo Minas Gerais. Belo Horizonte, n. 11, p. 1-31, 1990. (Workshop sobre Neotectônica e Sedimentação Continental Cenozóica no Sudeste do Brasil, 1990)

HASUI, Y.; HARALYI, N.L.E. Aspectos lito-estruturais e geofísicos do soerguimento do Alto Paranaíba. Geociências, São Paulo, v. 10, p. 57-77, 1991.

JET PROPULSION LABORATORY. Shuttle Radar Topographic Mission. Disponível em . Acesso em 15/10/2014.

KING, L.C. A geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 147-265, 1956.

LEAL, C.M.S. A Escarpa dos Arrifes do Maciço Calcário Estremenho: proposta de classificação a património geomorfológico. 2014, 410f. Dissertação (Mestrado em Geografia Física). Faculdade de Letras/Universidade de Coimbra. Coimbra, 2014.

MOREIRA, A. A. N. & CAMELIER, C. Relevo. In: Fundação IBGE. Geografia do Brasil: Região Sudeste. Rio de Janeiro, SERGRAF/IBGE, 1977. v. 3, p. 1-50

NIMER, E. Clima. In: Fundação IBGE. Geografia do Brasil. Região Sudeste. Rio de Janeiro, SERGRAF/IBGE, 1957a. v. 3. p. 51-89.

NIMER, E. Clima. In: Fundação IBGE. Geografia do Brasil. Região Centro-Oeste. Rio de Janeiro, SERGRAF/IBGE, 1957b. v. 4. p. 35-58.

ROSS, J.L.S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. (7.ed.). São Paulo: Contexto, 2003, 85p. (Repensando a Geografia).

ROSS, J.L.S. O registro cartográfico dos fatos geomórficos e a questão da taxonomia do relevo. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n. 6, p. 17-29, 1992.

ROSS, J.J.S.; MORZ, I.C. Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n. 10, p. 41-58, 1996.

SAADI, A. 1991. Ensaio sobre a morfotectônica de Minas Gerais: tensões intraplaca, descontinuidades crustais e morfogênese. 1991. 285f. Tese (Professor Titular). Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1991.

SGARBI, G.N.C. Geologia da Formação Areado: Cretáceo Inferior a Médio da Bacia Sanfranciscana, Oeste do Estado de Minas Gerais. 1989. 324f. Dissertação (Mestrado em Geologia). Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1989.

VALADÃO, R.C. Evolução de longo termo do relevo do cráton do São Francisco (desnudação, paleossuperfícies e movimentos crustais). 1998. 243f. Tese (Doutorado em Sedimentologia/Geologia). Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 1998.

Downloads

Publicado

2018-02-04

Edição

Seção

Sistemas Geomorfológicos: Estrutura, Dinâmicas e Processos