Análise do perfil longitudinal do alto/médio Rio Grande - MG: gênese de rupturas de declive e distribuição de registros sedimentares
DOI:
https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2497Palavras-chave:
Nível de base. Incisão fluvial. Terraços fluviais. Morfotectônica. LitoestruturaResumo
O presente trabalho tem como objetivo identificar as principais zonas de ruptura no perfil longitudinal do alto/médio Rio Grande, sul de Minas Gerais. Pretende-se analisar os possíveis condicionantes da gênese dessas feições, seus reflexos na distribuição de antigos registros sedimentares aluviais e na diferenciação entre as formas de relevo. Foram identificadas quatro zonas de ruptura que possuem origens distintas e marcante influência sobre as características geomorfológicas das áreas drenadas a montante e a jusante. A origem das quatro rupturas está relacionada aos seguintes fatores: (1) controle litológico; (2) superimposição sobre quartzitos; (3) controle litológico e tectônico, (4) retração erosiva. Variações na intensidade do entalhamento são condicionadas principalmente pela proximidade de soleiras geomórficas quartzíticas. A quarta zona de ruptura é a que mais claramente separa domínios geomorfológicos com diferentes níveis de rejuvenescimento. A montante ocorre o Graben de Ijaci, que concentra a maioria dos depósitos fluviais encontrados ao longo do vale.
Referências
ALKMIM, F. F.; MARTINS-NETO, M. A. Proterozoic first-order sedimentary sequences of the São Francisco craton, eastern Brazil. Marine and Petroleum Geology, v. 33, n. 1, p. 127–139, 2012.
BULL, W. B. Tectonic geomorphology of mountains: a new approach to paleoseismology. John Wiley & Sons, 2008. 316 p.
BURBANK, D. W.; ANDERSON, R. S. Tectonic geomorphology. John Wiley & Sons, 2011. 454 p.
CAMPOS NETO, M. C. et al. Migração de Orógenos e Superposição de Orogêneses: Um Esboço da Colagem Brasiliana no Sul do Cráton do São Francisco, SE - Brasil. Geologia USP - Serie Cientifica, v. 4, n. 1, p. 13–40, 2004.
CHARLTON, R. Fundamentals of fluvial geomorphology. Abingdon: Routledge, 2007. 234 p.
DEHLER N. M.; MACHADO R. Análise geométrica e cinemática das rochas metassedimentares da região de Ijaci, sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Geociências, v. 28, n. 4, p. 413-418, 1998.
HEILBRON, M. et al. Província Mantiqueira. In: MANTESSO-NETO, V.; BARTORELLI, A.; CARNEIRO, C. D. R.; BRITO-NEVES, B. B.; (org) Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida, São Paulo: Beca, 2004. p. 203-234.
LARUE, J. P. Tectonic influences on the Quaternary drainage evolution on the north-western margin of the French Central Massif: The Creuse valley example. Geomorphology, v. 93, n. 3-4, p. 398–420, 2008.
MORALES, N. et al. Projeto Mapa Neotectônico do Brasil: caracterização da deformação neotectônica do território brasileiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 47., 2014, Salvador, Anais, CD-ROM.
OLIVETTI, V. et al. Cenozoic rejuvenation events of Massif Central topography (France): Insights from cosmogenic denudation rates and river profiles. Earth and Planetary Science Letters, v. 444, p. 179–191, 2016.
PINHEIRO, M. R.; QUEIROZ NETO, J. P. Reflexões sobre a gênese da serra geral e da depressão periférica paulista: o exemplo da região da Serra de São Pedro e do baixo Piracicaba, SP. Revista do Instituto Geológico, v. 35, n. 1, p. 47-59, 2014.
PINTO C. P.; SILVA M. A. Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais. Codemig/CPRM, 2014.
QUÉMÉNEUR J. J. G. et al. Geologia da Folha Lavras. In: PEDROSA SOARES, A. C.; NOCE, C. M.; TROUW, R. A. J.; HEILBRON, M. (Org.). Geologia e Recursos Minerais do Sudeste Mineiro, Projeto Sul de Minas- Etapa I. Belo Horizonte: COMIG - Companhia Mineradora de Minas Gerais, p. 259-319, 2003.
REZENDE E.A. et al. Fatores controladores da evolução do relevo no flanco NNW do Rifte Continental do Sudeste do Brasil: Uma análise baseada na mensuração dos processos denudacionais de longo-termo. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 14, n. 2, p. 221-234, 2013.
REZENDE, E. A.; CASTRO, P. T. A. Variação espacial e condicionantes do entalhamento fluvial na bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerasi. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 17, n. 4, 2016.
RICCOMINI, C. SANT’ANNA, L. G.; FERRARI, A. L. Evolução geológica do Rift Continental do Sudeste do Brasil. In: MANTESSO-NETO, V.; BARTORELLI, A. CARNEIRO, C. D. R.; BRITO-NEVES, B. B. (Ed.). Geologia do continente Sul-Americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo: Beca, 2004. p. 383-405.
SAADI, A. Ensaio Sobre a Morfotectônica de Minas Gerais - tensões intra-placa, descontinuidades crustais e morfogênese. 1991. 285 f. Tese (Prof. Titular) – Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1991.
SAADI, A.; SILVA, L. M.; MAGALHÃES, JR. A. P. Contribuição à discussão das superfícies de aplainamento no sudeste brasileiro, com base na análise quantitativa da paleotopografia do sul de Minas Gerais. Geosul, v. 14, n. 27, p. 569-571, 1998. (Edição especial, Simpósio Nacional de Geomorfologia, 2).
SALGADO A.A.R. et al. Relief evolution of the Continental Rift of Southeast Brazil revealed by in situ-produced 10Be concentrations in river-borne sediments. Journal of South American Earth Sciences, v. 67, p. 89–99, 2016.
SCHUMM, S. A. River variability and complexity. Cambridge University Press, 2007.
TROUW, R. A. J. et al. A new interpretation for the interference zone between the southern Brasília belt and the central Ribeira belt, SE Brazil. Journal of South American Earth Sciences, v. 48, p. 43–57, 2013.