Transformações na morfologia fluvial decorrentes do rompimento da Barragem de Fundão: estudos preliminares

Autores

  • Bárbara Thaís Ávila de Oliveira Geógrafa
  • Laís Carneiro Mendes Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Miguel Fernandes Felippe Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Bruna Mendes Silva Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2543

Palavras-chave:

Tecnógeno. Fotointerpretação. Feições fluviais. Barragem de Fundão

Resumo

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana-MG, promoveu alterações geomorfológicas sem precedentes na história brasileira. O fluxo de rejeitos percorreu o corredor hídrico desde o córrego do Fundão até o Oceano Atlântico. Obviamente, o perfil fluvial não foi afetado homogeneamente, pois a energia do sistema e a dissipação dos sedimentos promove ambientes preferenciais para o acúmulo do material. Todavia, sabe-se que o trecho até a UHE Risoleta Neves foi o mais afetado pelas transformações das morfologias fluviais originais. Esse trabalho mapeia feições de calha e planície, entre a barragem de Fundão e a UHE Risoleta Neves, existentes antes do rompimento. Foram selecionadas imagens de satélite (software Google Earth Pro®), onde, via fotointerpretação, foram vetorizadas as feições fluviais e os depósitos de rejeitos. Somou-se a isso a interpretação topográfica para construção do perfil longitudinal desse trecho. Neste trabalho são discutidas as transformações morfológicas identificadas, associando-as ao perfil e à morfologia dos canais. Os resultados mostram significativa perda na geodiversidade dos canais, com destruição de feições de grande relevância ecológica e social.

Biografia do Autor

  • Bárbara Thaís Ávila de Oliveira, Geógrafa

    Geógrafa.

  • Laís Carneiro Mendes, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Juiz de Fora.

  • Miguel Fernandes Felippe, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Departamento de Geociências, Universidade Federal de Juiz de Fora.

  • Bruna Mendes Silva, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Graduanda em Geografia, Universidade Federal de Juiz de Fora.

Referências

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Publicado

2018-02-04

Edição

Seção

Geografia Física e Desastres Naturais