A QUESTÃO DA REPRESENTAÇÃO VISUAL EM GEOGRAFIA

UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE AS IMAGENS E OS IMAGINÁRIOS

Autores

  • Lucas Costa Andre UNICAMP
  • Antonio Carlos Vitte UNICAMP

Palavras-chave:

Cultura, Imagens, Imaginários, Representação Visual

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir a questão da representação visual em estudos culturais na geografia e suas implicações teórico-metodológicas e conceituais, por meio de uma breve exposição de algumas de suas principais problemáticas e conceitos e termos que se articulam analiticamente ao de representação, como imaginário – que constrói e antecede representações de todo tipo, e imagens – num sentido amplo. Tal discussão justifica-se no fato de aproximar dois campos da vida social que são frequentemente tomados separadamente, o cultural e o político. Defende-se que a análise de fenômenos derivados das relações de (re)produção da vida no espaço, especialmente no campo político, deve levar em conta também a dimensão simbólica e imaterial, pois estas são indissociáveis em qualquer interpretação. Além disso, a discussão é tecida tendo em vista a história do pensamento geográfico e a contemporaneidade, na qual as imagens e representações visuais possuem estatuto singular. Por fim, compreende-se o papel das imagens, dos imaginários e de suas representações enquanto processos culturais, isto é, formados pelas relações socioespaciais, e que são ao mesmo tempo agentes ativos na construção e constituição do real, intrinsecamente conectados aos diversos aspectos da vida, e capazes de mapear cognitivamente os imaginários sociais, políticos e geográficos.

Referências

Castro, I. E. Imaginário Político e Território: natureza, regionalismo e representação. In: Explorações Geográficas: percursos no fim do século. Castro, I. E.; Gomes, P. C. C.; Corrêa, R. L. (Org.). Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997.

Cosgrove, D. Geography and vision: seeing, imagining and representing the world. London-New York, I. B. Tauris, 2008.

Duncan, J. The city as a text: the politics of landscape interpretation in the Kandyan Kingdom. Cambridge, New York, Port Chester, Melbourne, Sydney: The Cambridge University Press, 1990.

Duncan, J.; Duncan, N. Reconceptualizing the idea of culture in Geography: A reply to Don Mitchell. Transactions of the Institute of British Geographers, vol. 21, n. 3, p. 576-579, 1995. DOI: https://doi.org/10.2307/622599.

Duran, G. As estruturas antropológicas do imaginário. [1960]. São Paulo: WMF Martins Fontes – POD, 4ª edição, 2012.

Gomes, P. C. C.; Ribeiro, L. P. A produção de imagens para a pesquisa em geografia. Espaço e Cultura, UERJ, RJ, n. 33, p. 27-42, jan./jun. de 2013.

Gomes, P. C. C. Quadros Geográficos: uma forma de ver, uma forma de pensar. 1ª edição, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2017.

Knauss, P. O desafio de fazer história com imagens: arte e cultura visual. ArtCultura, Uberlândia, v. 8, n. 12, p. 97-115, jan.-jun. 2006.

Lukinbeal, C.; Zimmermann, S. Film Geography: a new subfield. Erdkunde, p. 315-325, 2006.

Lukinbeal, C.; Sommerlad, E. Doing film geography. GeoJournal, 87, p. 1-9, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s10708-022-10651-2.

Maffesoli, M. O tempo das tribos. Rio de Janeiro, Forense-Universitária, 1987.

Mitchell, D. There’s no such thing as culture: towards a reconceptualization of the idea of culture in geography. Transactions of the Institute of British Geographers, vol. 20, n. 1, p. 102-116, 1995. DOI: https://doi.org/10.2307/622727.

Moraes, A. C. R. Ideologias Geográficas. Espaço, Cultura e Política no Brasil. São Paulo: Annablume, 5ª edição, 2005.

Downloads

Publicado

2022-12-02