Diáspora africana:

memória, arte, resistência e o seu lugar na geografia

Autores

  • Eduarda Moreno da Silva UFRJ

Resumo

O presente trabalho desenvolve uma reflexão geo-histórica sobre a experiência do deslocamento forçado da população negra provida da África Ocidental, para o Brasil colonial: a diáspora africana.13. Estima-se que, aproximadamente 4 milhões de pessoas se deslocaram pelo espaço geográfico do atlântico sul. Este significativo contingente populacional se distribuiu por várias regiões do Brasil, mas concentrou-se principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Isto se deve a importância geográfica do Rio de Janeiro por ter sido um dos principais portos de desembarque de navios negreiros e também um dos principais pontos de distribuição da população negra escravizada para o interior do Brasil. No campo da história de diferentes autores têm se dedicado a uma análise sobre esse deslocamento (Manolo Florentino, Paul Gilroy), entretanto, se há uma atenção da historiografia brasileira para esse deslocamento, o mesmo não se observa no campo da geografia. Apesar de algumas alusões serem feitas à presença da população negra provinda da África no Brasil, como em Delgado de Carvalho (1929; 1963) e as “Negras Baianas” ilustradas em tipos e aspectos do Brasil (IBGE, 1975) é possível perceber uma lacuna e ausência de estudos descritivos e analíticos sobre esta migração forçada para o Brasil no campo da geografia. Chamamos esta atenção, pois a migração é um tema clássico na geografia humana e, especificamente desde os anos 1950, conteúdo obrigatório na disciplina da Geografia da População. Mas nossos estudos têm apontado para uma invisibilidade dessa migração forçada, enquanto conteúdo didático no ensino da geografia.

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Publicado

2021-05-02

Edição

Seção

Espaços de Diálogo Geográfico