mergências na formação competente de geólogos e profissionais das Ciências da Terra

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Resumo

O fortalecimento da educação em todos os níveis, da pré-escola aos cursos de pós-graduação, desafia a criatividade e competência de governos e sociedades, além de interessar diretamente às empresas. Os resultados melhoram a cultura em geral e aumentam a qualidade de vida da população. Diversos países assumem hoje posições de destaque no cenário social e econômico, justamente porque investiram com firmeza, nas últimas décadas, na formação dos cidadãos. 
Regina Garcia afirma que muitas propostas para a educação, na prática, acabam tocando situações periféricas para, ao final, nada mudar. O texto fora publicado após a Rio-92 (Garcia R.L. 1993. "Educação Ambiental: uma questão malcolocada". In: Cadernos CEDES, Centro Est. Educ. e Sociedade). A autora alerta que, à custa de "manter o povo muito ignorante" (grifos do original), tem sido possível assegurar que 1% da população detenha 53% de toda a riqueza brasileira enquanto 49,2% vivem "à margem das políticas econômicas e sociais". O quadro parece ter se alterado pouco até 2012, ano de realização da Rio+20.
O desenvolvimento sustentável tem sido considerado como meta inatingível por alguns. Para outros, contudo, tal meta é dependente da formação adequada de recursos humanos. O País precisa aumentar o número de graduados em Geologia, de modo a atender aos setores de mineração, suporte à construção civil, pesquisa e explotação de água subterrânea, meio ambiente, exploração e produção de petróleo. Geólogos e outros profissionais da área das Ciências da Terra atuam em projetos de levantamento das características naturais do país ou na implantação de obras de infraestrutura. Além disso, a despeito dos ataques à burocracia governamental, boa parcela de funcionários públicos dedica-se à educação do povo ou à sua proteção contra questões ligadas a desastres naturais.
Nesse contexto, a função estratégica de publicações como Terræ Didatica é contribuir para reforçar o investimento do Estado na qualidade da educação pública. Quiçá o investimento se torne duradouro. Quando se "ensina" algo a um professor, provoca-se benéfica reação em cadeia, porque um docente mais bem preparado provavelmente estará apto a motivar melhor os alunos, durante várias décadas. Ensinar professores não é nada fácil, porque é "necessário descobrir ou inventar algo novo e útil", antes de ter algo para oferecer-lhes (Means W.D. 1991. A time for teaching teachers. Geology, dez/1991, p. 1155). A longo prazo, no entanto, os efeitos do processo são muito grandes.
Terræ Didatica, volume 8, número 1, 2012
Esta edição busca difundir novos conhecimentos científicos, e experiências úteis, para professores de ensino médio e superior. 
O conhecimento histórico e geológico da dinâmica "cidade maravilhosa", apesar da expansão urbana, pode ser visualizado no roteiro sobre rochas ornamentais e pedreiras que abre este número. Persegue a mesma linha o relato sobre oficinas de "educação para geoconservação" de sítios geológicos do Geopark Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A edição inclui esclarecedor trabalho sobre fatores determinantes do tempo e do clima na América do Sul; dois outros especialistas discorrem a respeito da "evolução histórica e filosófica do conceito de nível de base fluvial". Esperamos que os materiais atendam a educadores e estudantes em sua busca de aprimoramento científico.
A periodicidade semestral de Terræ Didatica, iniciada em 2011 e mantida em 2012, é preparatória para aumentar a frequência das edições, meta dos próximos anos. A concretização, contudo, depende do firme e decidido apoio da comunidade, leitores e autores. A todos que colaboraram na finalização deste número, registramos sinceros agradecimentos. 

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Publicado

2012-05-16

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Seção

Editorial