Entre a escola e a cidade
pensando as escalas de vivência na sala de aula
Resumo
Quais os desafios de abordar as dimensões dos espaços vividos na cidade em sala de aula? Como construir mediações entre o espaço da cidade e o espaço da escola? Tais questionamentos derivaram de uma atividade de Geografia que visava discutir as representações sobre a cidade, e as respostas apresentadas revelavam que os significados sobre a cidade eram diversos. Diante disso, o caminho a ser percorrido conduziu a pensar sobre as percepções atribuídas à cidade e as possibilidades de ressignificação das mesmas. A partir desta indagação, as metodologias propostas visavam resgatar a dimensão do espaço vivido na direção de repensar a cidade. Porém, o que está ao alcance da ação pedagógica mais imediata? É porque a esfera que envolve uma cidade torna-se ampla para as análises mais concretas das dimensões vividas por um grupo de alunos e professores de uma escola, que essa compreensão levou o grupo a rever a escala de análise. Nesse sentido, o bairro ganhou mais centralidade nas atividades, a partir de oficinas de imagens e informações que passariam a dar mais sentido a conhecimentos que já existiam, mas que não eram compreendidos por todos. As atividades despertaram nos alunos a vontade de intervenção, porém, intervir na cidade ou no bairro da escola tornava-se um desafio maior e mais difícil. Sendo assim, talvez fosse possível começar pelo espaço mais próximo: a escola. Foi nesse contexto que, por iniciativa dos alunos, a escola foi tomada por um movimento de pintura das salas de aula dando as esses espaços mais cor e identidade e trazendo razões para serem bem cuidados, afirmando a dimensão vivida do cotidiano. Esse movimento redefiniu a relação dos alunos com o espaço da escola, e repensar esse espaço, a partir das práticas e vivências cotidianas, torna-se o objetivo deste trabalho.