Voltar às raízes
um convite de retorno à ancestralidade e algumas considerações sobre as tentativas de apagamento da história negra no município de Rio Claro-SP
Resumo
O presente texto tem como intenção socializar reflexões acerca da experiência de realização da 3ª Semana de Consciência e Cultura Negra realizada numa escola de Ensino Integral pelo PIBID-Geografia, no município de Rio Claro – SP. Simultaneamente, busca-se tecer algumas considerações sobre as tentativas de apagamento da história e da territorialidade negra no mesmo município. Para compreender este processo parte-se daquilo que Quijano (1992) chama de colonialidade do poder; uma forma de dominação que se impôs como padrão mundial e que se entrelaça com as formas locais de reprodução desse projeto de mundo. Reconhecer esse fato é também dar voz às diversas resistências que desenham suas próprias cartografias e se colocam como contraponto ao poder hegemônico. Desde sua criação em 2003 a Lei 10.639, alterada pela Lei 11.645/08, se coloca hoje como um dos mais importantes mecanismos de combate ao racismo pela via da educação. Mesmo assim, sua existência não garante uma revisão do papel imposto aos negros africanos e aos negros brasileiros na sociedade e, consequentemente, nas narrativas presentes nas disciplinas ensinadas nos bancos escolares. Deste modo, cabe aos educadores e aqueles que buscam a construção de uma nação, cujo projeto inclua em situação de igualdade pretos, brancos e indígenas, compreender a totalidade/complexidade das lutas negras.