As políticas curriculares para a formação básica do Ensino de Geografia no Brasil
Resumo
As Políticas Educacionais estão em constante mudança. A nova conjuntura que chega ao Brasil, a partir da década de 1990, traz reformas neoliberais não apenas para a educação, mas também para a economia e política. As Reformas Educacionais que são desenvolvidas em diferentes países do ocidente, principalmente em países da América Latina, foram marcadas por transformações na organização dos currículos, os quais passaram a explicitar a valorização da formação de competências e habilidades necessárias às transformações tecnológicas no mundo global. Tal fator decorreria da condição central conferida à tecnologia (entendida como o uso de conhecimento, meios, processos e organizações para produzir bens e serviços) na geração exponencial de informação no mundo globalizado. Assim, o trabalho busca analisar algumas propostas curriculares de escalas nacionais (Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia e Base Curricular Comum Nacional de Geografia segunda versão de 2016) e local (Currículo Mínimo de Geografia), que se iniciaram nesse contexto; e também, como a Geografia se apresenta nelas. Entende-se que o currículo é aquele que conduz a teoria e a prática de todo o processo no ambiente escolar e na dinâmica do tipo de ensino que a escola oferece, ele é um dos elementos que orienta toda a construção do conhecimento escolar. A metodologia desenvolvida refere à análise do discurso a partir do objeto: os textos curriculares. Esta metodologia possibilita que as leituras sejam realizadas pela produção de sentidos da linguagem, dando capacitação para que se consiga uma nova interpretação e releitura, e não se fazer julgamentos e criar algo novo. Assim, os documentos criados, por esse contexto, estão ancorados juntos aos objetivos de órgãos internacionais; no entanto, as novas propostas precisam respeitar as diversidades regionais, culturais e políticas. A Geografia é uma disciplina que tem como característica a formação do cidadão consciente, a compreensão das relações do homem com a sociedade e também o trabalho (produção e apropriação), gerando criticidade e complexidade na disciplina escolar. As propostas curriculares atuais diluem esses elementos, promovendo uma despolitização da disciplina e, consequentemente, do cidadão.