Conjecturas sobre a história da Geografia Escolar

os livros escolares entre 1930 e 1969

Autores

  • Diego Carlos Pereira Unesp Rio Claro
  • João Pedro Pezzato Unesp Rio Claro

Resumo

Pesquisas têm buscado analisar os livros escolares enquanto objeto contextualizado de expressão da cultura, de acordo com aspectos específicos de produção, elaboração, conteúdo, currículo, significação e utilização dos mesmos. Este artigo se constitui como um ensaio teórico escrito a partir de procedimentos de uma pesquisa bibliográfica norteada por questionamentos e conjecturas acerca dos subsídios teórico-metodológicos e processos investigativos imbricados no âmbito da história da geografia escolar a partir dos livros escolares. Neste sentido, a partir de uma pesquisa de doutorado em fase preliminar, nosso objetivo central com esse texto é conjecturar e problematizar aspectos da história da disciplina Geografia a partir da relação entre as políticas curriculares e a produção dos livros escolares enquanto produção cultural escolar no período entre 1930 e 1969, realizando um ensaio teórico que nos fornece indícios para uma narrativa a respeito da história da Geografia escolar nesse período. A partir de autores como Alain Choppin, Augustín Escolano, André Chervel e Rodriguez Lestegás discutimos aspectos da constituição histórica das disciplinas escolares a partir do enredo da cultura escolar e potencializamos seus usos na pesquisa com a Geografia escolar. A partir de Demerval Saviani, Nidia Pontuschka, Rosenberg Ferracini e Eduardo Maia problematizamos algumas questões frente ao período escolanovista, à história dos livros escolares de Geografia e as conjecturas possíveis para nossa pesquisa neste momento. Contudo, inferimos alguns posicionamentos possíveis para o nosso trabalho que, sinteticamente, são: a influência de concepções econômicas e políticas nacionalistas na constituição da história da Geografia escolar a partir dos livros escolares do período a ser pesquisado; uma legitimação de conteúdos que predominaram e podem ainda predominar nas práticas de ensino da Geografia enquanto suas relações com a pedagogia da Escola Nova e sua conflitante relação com a Geografia clássica; uma relação intrínseca e, ao mesmo tempo, oscilante entre o desenvolvimento de conhecimentos científicos da Geografia sistematizada na universidade e a Geografia que se constituía na escola; e, por último, os livros escolares desse período se caracterizaram por uma produção que sistematizou um enredo cultural à Geografia escolar enquanto disciplina no Brasil.

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Publicado

08.02.2022

Edição

Seção

Trabalhos acadêmicos e práticas educativas