Posso te chamar de princesa? Situação das mulheres em conto de fadas e a arte para o Ensino de Geografia

Autores

  • Felipe Costa Aguiar UFF
  • Antonio Bernardes

Resumo

Este escrito tem como objetivo promover a potencialidade que os contos de fadas transformados em filmes pela Disney possuem para o estudo do lugar através da análise das diferenças e posições políticas das personagens. Este trabalho tem como base teórica a fenomenologia da arte, imaginação e poética de Bachelard (1978). Sendo assim, através de Marandola (2012) entendemos o lugar enquanto concretude e circunstancialidade do mundo em que vivemos. Pertencemos ao mundo e é nos encontros que temos com o mundo que vivemos os lugares. Dessa forma, entendemos o lugar a partir das vivências das personagens e não a partir de conceituações estritamente fechadas e pré-definidas. É a partir de Heidegger (2010) e Bachelard (1978) que entendemos a arte como abertura para entendimento do mundo, ou melhor, a arte e suas manifestações revelam o mundo através de seus amores, angústias, felicidades e alegrias. A arte não é imitação alguma, ela é registro do mundo assim como qualquer devaneio que possamos ter. Portanto, cada princesa estabelece relações particulares com o lugar devido aos contextos que elas estão circunscritas. Buscamos fazer uma aproximação da vivência das personagens com situações que as mulheres vivem no mundo através da recriação das estórias com os lugares da vida como cenário. Concluímos que a aceitação das diferenças, a relação que estabelecem com o mundo circundante e com os entes que o preenchem e o modo de ser dessas personagens influenciam a criação de seus lugares. Concluímos também que a abertura dos filmes é uma reflexão inicial para o exercício do olhar geográfico promovendo que o aluno enxergue seu próprio mundo através da ludicidade das estórias, reforçando assim a inevitável relação entre arte e mundo.

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Publicado

08.02.2022

Edição

Seção

Trabalhos acadêmicos e práticas educativas