“Por que eu tenho que trabalhar lateralidade?”

reflexões sobre a Cartografia Escolar brasileira

Autores

  • Thiara Vichiato Breda UFJF

Resumo

Este trabalho é resultado de meu doutorado2, que teve por objetivo central compreender a mobilização e a construção de saberes cartográficos e pedagógicos, tomando como pano de fundo o curso de formação ‘Confecção de Jogos Geográficos nos Anos Iniciais’ realizado com professoras-pedagogas da rede municipal de Campinas. A metodologia consistiu na formação de um grupo focal como dinâmica potencial na interação entre todas as participantes. Também utilizei de questionários e memoriais para a construção dos dados. Neste ‘caso em estudo’ a noção de experiência foi tratada na interface com os apontamentos de Larrosa e Benjamim, evidenciando a alteridade na perspectiva bakhtiniana. Assim, não se trata tanto de pensar e investigar os cursos de formação a partir das professoras-participantes, mas também da minha própria vivência como professora-formadora-pesquisadora e do meu encontro com elas. Neste processo os saberes cartográficos foram analisados pela perspectiva da Teoria do Discurso, entendendo o currículo não apenas como um conteúdo a ser ministrado, mas como uma seleção e validação de conhecimentos socialmente construídos a partir de disputas de comunidades acadêmicas disciplinares. Desses movimentos surgiram algumas questões: Primeiro, como essa experiência se efetivou e (trans)formou o grupo? Depois, como se estabeleceram conexões entre os saberes pedagógicos e cartográficos no processo de formação? E ainda, como as trocas de experiências transformaram a minha relação com a Cartografia e com o conhecimento? Para esse texto em especifico, centro as discussões na última questão posta, apontando como as experiências com as professoras me fizeram (re)ressignificar a linguagem cartográfica. A resposta para a pergunta-título “Porque eu tenho que ensinar lateralidade? provém do resultado desta pesquisa-formação, em que passei a defender uma Cartografia [escolar] porosa, que permita a infiltração tanto de uma representação euclidiana, como também infiltre a sensibilidade e a subjetividade.

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Publicado

08.02.2022

Edição

Seção

Trabalhos acadêmicos e práticas educativas