DESAFIOS PARA O ENSINO DE GEOPOLÍTICA: estratégias metodológicas para trabalhar com educandos analfabetos funcionais.

Autores

  • Hilena Oliveira Miranda
  • Hilheno Oliveira Miranda

Palavras-chave:

analfabetismo funcional, educação básica, geopolítica

Resumo

O ensino de Geopolítica na educação básica apresenta desafios significativos, especialmente quando se trata de turmas compostas por educandos em situação de analfabetismo funcional. Embora esses estudantes estejam alfabetizados e avancem nas etapas escolares, muitos enfrentam limitações graves na leitura, interpretação e escrita, o que compromete a construção de uma aprendizagem significativa. Essa condição interfere diretamente na compreensão dos conteúdos geopolíticos, que exigem articulação entre conceitos complexos, como processos históricos, relações de poder, dinâmicas econômicas e culturais que moldam a ordem mundial. Nesse contexto, este artigo teve como objetivo compreender desafios enfrentados pelos docentes no ensino de Geopolítica para educandos em situação de analfabetismo funcional. Para isso, foram definidos três objetivos específicos: (1) compreender as dificuldades no aprendizado de Geopolítica entre educandos com baixo domínio da linguagem escrita; (2) identificar metodologias de aprendizagem que favoreçam a participação ativa dos estudantes; e (3) realizar revisão de literatura com as palavras-chave: analfabetismo funcional, Geopolítica e educação básica, em busca de intersecções e lacunas. A metodologia adotada foi a revisão bibliográfica, com levantamento de artigos publicados nos últimos cinco anos nas bases Google Acadêmico e Scielo. A análise das produções acadêmicas revelou que, embora existam estudos que discutem o ensino de Geografia e metodologias inclusivas, há uma lacuna importante na articulação direta entre o ensino de Geopolítica e as demandas específicas dos educandos em situação de analfabetismo funcional. Essa ausência reforça a necessidade de ampliar o debate sobre práticas pedagógicas que considerem as limitações cognitivas e sociais desses estudantes, propondo estratégias que tornem o conhecimento geográfico mais acessível e significativo. Os resultados da revisão indicam que enfrentar o analfabetismo funcional exige a revisão das práticas docentes, a valorização de metodologias ativas e o uso de múltiplas linguagens que favoreçam a aprendizagem coletiva. A construção de sequências didáticas que dialoguem com os saberes dos educandos e com o contexto local é essencial para estimular o pensamento crítico e a leitura de mundo. Além disso, destaca-se o papel ético do professor em reconhecer os saberes prévios dos estudantes e promover uma educação que respeite suas trajetórias e potencialidades. Por fim, este estudo reafirma que o ensino de Geopolítica, embora complexo, pode ser transformador quando sustentado por estratégias pedagógicas sensíveis às realidades dos educandos. A escola, como espaço de poder, deve mobilizar esforços para garantir que todos os estudantes desenvolvam as habilidades essenciais previstas no currículo, por meio de práticas que promovam autonomia, criticidade e emancipação intelectual.

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Publicado

03.12.2025

Edição

Seção

GT5 - Saberes docentes e formação de professores de geografia