O USO DE REALIDADE VIRTUAL NO ENSINO DE GEOGRAFIA
uma pequena revisão de práticas e pesquisas
Palavras-chave:
realidade virtual e geografia, tecnologias imersivas no ensino, óculos vr no ensinoResumo
Este estudo apresenta uma análise crítica e comparativa de sete artigos brasileiros que exploram o uso da Realidade Virtual (VR) no ensino de Geografia. A investigação parte do reconhecimento dos desafios históricos enfrentados pelo ensino dessa disciplina, como a abstração espacial e a limitação de acesso a ambientes naturais. Diante disso, nosso objetivo principal é enfatizar se as tecnologias imersivas emergem como ferramentas promissoras para tornar o processo de ensino-aprendizagem mais significativo, interativo e acessível. Foram selecionados estudos realizados em anos anteriores e posteriores à pandemia de COVID. A ideia de encaixar a pandemia nesta seleção foi a de entendermos se houve algum tipo de mudança em relação ao nosso objetivo principal, supramencionado. A seleção dos estudos seguiu amostragem por conveniência, abrangendo produções entre 2011 e 2024, com distintos recortes metodológicos, níveis de ensino e recursos tecnológicos. Os critérios de seleção ou metodologia dos artigos analisados são mais bem explicitados na introdução deste artigo. De forma geral, podemos dizer que os trabalhos analisados demonstram convergência quanto ao potencial pedagógico da VR em promover o pensamento espacial, o raciocínio geográfico e o engajamento dos estudantes. Entre as finalidades pedagógicas, destacam-se a simulação de ambientes naturais, a ampliação da percepção espacial e a aprendizagem ativa em cenários virtuais. Em relação ao público-alvo, observa-se uma concentração de experiências no Ensino Fundamental, Ensino Médio e pela formação inicial de professores. A análise também evidencia a preferência por tecnologias de baixo custo, como Google Cardboard, vídeos 360°, aplicativos educacionais e recursos gratuitos como Google Earth e Street View, favorecendo a democratização do acesso. Apesar das contribuições, identificam-se lacunas quanto à sistematização de dados avaliativos, à ausência de referenciais teóricos consolidados sobre VR na educação geográfica e à limitação de estudos com caráter longitudinal ou replicável. Ainda assim, os resultados apontam impactos positivos na motivação, no envolvimento dos estudantes e na construção de saberes espaciais mais contextualizados e significativos. Conclui-se que a integração ou complementação crítica e criativa de tecnologias imersivas no ensino de Geografia pode fortalecer práticas pedagógicas mais inclusivas e inovadoras, contribuindo para superar desafios estruturais da área e ampliar o letramento espacial dos estudantes. Recomenda-se o aprofundamento de pesquisas empíricas que articulem aspectos técnicos, metodológicos e epistemológicos da VR no contexto escolar brasileiro.
