EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E TERRITÓRIO USADO
estratégias para desenvolver o raciocínio geográfico
Palavras-chave:
Ensino de Geografia, Raciocínio geográfico, Formação de professoresResumo
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), com apoio do CNPq, que investigou a potência da categoria “território usado”, formulada por Milton Santos, como articuladora entre teoria crítica e prática pedagógica no ensino de Geografia. Inserido em uma abordagem epistemológica e didática, o estudo busca compreender de que maneira essa categoria pode contribuir para o desenvolvimento do raciocínio geográfico no ensino médio, conforme orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A investigação foi estruturada em três etapas: análise teórica da categoria “território usado” e sua presença na BNCC; elaboração de uma sequência didática centrada na situação geográfica do Estreito de Ormuz, que integra múltiplas escalas e relações de poder; e aplicação da sequência em turmas de licenciatura em Geografia da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e da Universidade de São Paulo (USP), no âmbito de atividades de estágio supervisionado. Com uso de metodologias ativas — como sala de aula invertida e rotação de estações — a proposta foi desenhada para desenvolver habilidades previstas na BNCC, como a EM13CHS302. Os resultados indicam que o território usado, ao se articular com situações geográficas reais, favorece a construção de argumentos e a leitura crítica do espaço vivido, ampliando a compreensão sobre as dinâmicas espaciais e desigualdades territoriais. A pesquisa reforça a importância da educação geográfica como campo de saber comprometido com a formação cidadã, com o desenvolvimento do raciocínio geográfico e com a valorização do estatuto epistemológico da Geografia.
