Núcleos de desertificação do nordeste brasileiro: suscetibilidade e dinâmica pluviométrica

Autores

  • Ivamauro Ailton de Sousa Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2381

Palavras-chave:

Desertificação. Nordeste brasileiro. Suscetibilidade. Dinâmica Pluviométrica

Resumo

No espaço geográfico brasileiro, a região nordeste apresenta, os exemplos mais significativos de desertificação. A finalidade desta pesquisa é discutir a utilização do índice de aridez como parâmetro mundial, empregado para definir as áreas suscetíveis a desertificação (ASD) e ainda caracterizar a dinâmica pluviométrica dos núcleos de desertificação no Brasil: Gilbués no Piauí, Irauçuba-Ceará, Cabrobó-Pernambuco e Seridó no Rio Grande do Norte, enfatizando suas características acerca do regime e distribuição pluvial das áreas em questão. Para isso, a pesquisa foi constituída por revisão bibliográfica, pela elaboração de mapas temáticos, construídos por meio de bases cartográficas do Ministério do Meio Ambiente e também através da coleta e análise de dados meteorológicos, utilizando apenas dados pluviométricos. Como resultados, o artigo elucida que as condições climáticas (aridez, seca prolongada, reduzidos volumes pluviométricos e escassez hídrica) são indicadores do processo de desertificação. Os núcleos de desertificação, apresentam variações na distribuição pluviométrica, revelando, por exemplo, períodos semelhantes e diferenças marcantes no regime e ritmo pluvial. Entre os quartos núcleos de desertificação, o núcleo de Gilbués, é o único localizado em clima tropical e apresenta quantidade e distribuição pluviométrica, que se diferencia dos demais núcleos, portanto, possui discrepância em relação aos demais municípios.

Biografia do Autor

  • Ivamauro Ailton de Sousa Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Doutorando em Geografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.

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Publicado

2018-02-04

Edição

Seção

Climatologia em diferentes níveis escalares: mudanças e variabilidades