Posicionar-se para perceber o mistério do parto. Reflexões localizadas sobre a tecnologia leve empregada pelas doulas

Autores

  • Giovana Acacia Tempesta

Resumo

A partir de uma pesquisa etnográfica com doulas (acompanhantes de parto treinadas) que atuam em Brasília (DF) e levam em consideração dados científicos atualizados sistematizados na Medicina Baseada em Evidências (MBE), gostaria de refletir, à luz da noção de saber localizado formulada por D. Haraway (1995), sobre o repertório híbrido de técnicas, saberes, valores e imagens mobilizado para viabilizar uma experiência de parto respeitosa e satisfatória. Certos aspectos da doulagem surgem como tensionamento entre os conhecimentos biomédicos e “tradicionais” em torno das experiências de gestar e parir e se mostram proposições relevantes
no horizonte da possível composição de uma outra referência de cuidado na atenção obstétrica (nos termos da filosofia política renovada proposta por B. Latour). A “tecnologia leve” empregada pelas doulas estaria assim articulada a um léxico específico, a uma ética que se conecta parcialmente com diferentes conhecimentos e a um posicionamento crítico e criativo em face do modelo hegemônico de atenção obstétrica.

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Publicado

2019-07-17

Edição

Seção

ST 05 - Escrita antropológica e contradisciplinaridade: encontros possíveis entre linguagens, grafias e (cosmo)políticas