Conexões parciais entre humanidade, técnica e utopia: o que ciborgues antropófagos tem a nos ensinar sobre Antropologia?

Autores

  • Gabriel Cardozo de Lima

Resumo

O presente artigo é resultado de uma leitura exploratória de “O manifesto Ciborgue” (Haraway), “O manifesto Antropófago” (Oswald de Andrade), e “O manifesto futurista” (Marinetti). Buscando potencialidades possíveis, o objetivo é criar conexões parciais entre as temáticas dos(as) escritores(as), salientando suas reflexões a respeito da técnica, da utopia e da condição humana. Fabulações, metáforas e figuras do futuro na ficção científica abrem novos caminhos para o pensamento, e nos permitem estabelecer problemas, respostas e projetos experimentais/políticos, atravessados pela linguagem poética e suas possibilidades multiplicadoras. De maneira a evitar uma interpretação reducionista, o convite é propositivo e demonstrativo, indicando
os efeitos e consequências tanto de uma presença elogiosa do futuro e do progresso, quanto de sua ausência assombrosa e ameaçadora. Em tempos onde, cada vez mais, a sensação de esgotamento do presente se desdobra em previsões de fins (da Natureza, da Espécie, do Capitalismo) a tecno-ciência coloca incessantes questionamentos ontológicos que exigem a criação de práticas imaginativas, sobretudo em seu caráter pragmático e especulativo, que se situem ortogonalmente entre o negacionismo displicente e a tecnofilia pós-humana.

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Publicado

2019-07-17

Edição

Seção

ST 09 - Contaminações multiespecíficas: narrativas de mundos em ebulição