A pedra como caminho: reflexões etnográficas sobre a relação entre técnica, extratores e pedras na construção civil de Rio de Contas/BA)
Resumo
A partir de uma etnografia realizada na cidade de Rio de Contas (BA), esse trabalho propõese a apresentar as primeiras reflexões decorrentes desse processo de pesquisa voltado para os modos de relação entre pedras, extratores de pedras e a construção civil dessa cidade. Os itinerários e escolhas feitos durante a realização do trabalho de campo, o uso da câmera como ferramenta de pesquisa e o conhecimento utilizado para a identificação de uma pedreira, serão apresentados como meios para se pensar as fronteiras entre os conceitos de materialidade em Tilley (2004) e o de mundo de materiais em Ingold (2012). Partindo da percepção dos extratores de pedras perante as pedras, a proposta é pensar esse material não como um objeto estagnado no mundo, mas como uma coisa integrada aos fluxos da vida e do meio ambiente. Endender a fluidez das pedras é essencial para a prática da extração, modelagem e de construção com esse material. Desse modo, esse trabalho é uma tentativa de aproximação da comunicação estabelecida entre pedras e extratores, buscando também coompreender os efeitos emergentes dessa relação.