Saberes da natureza: a ressignificação do alimento a partir de performances ecológicas

Autores

  • Júlia Cardoni

Resumo

A alimentação caracterizada como agroecológica, orgânica, macrobiótica, biodinâmica  entre tantas outras modalidades sugerem uma reflexão interessante; a comida é adjetivada e atribuída  de sentidos nutricionais, tanto fisiológicas como espirituais. A partir de uma etnografia em uma feira  agroecológica na cidade de Porto Alegre, identificou-se um envolvimento denso do público com a  alimentação a partir de diferentes imaginários de natureza. O trabalho de campo proporcionou  vivências em festividades nas propriedades de feirantes que uniam produtores e consumidores e que  abrem espaço para reflexões sobre ritualizações ecológicas e sobre a sacralização da natureza a partir  da noção de um “alimento para alma”. Nesse sentido, traça-se um debate sobre concepções de pureza  e impureza a partir de uma modalidade de consumo atribuída de sentidos morais, políticos, afetivos  e nutricionais que se manifestam em oposição à artificialidade referida ao agronegócio. Em última  instância, trata de um consumo que dicotomiza dois mundos, o “mundo da natureza”, como repulsa
a concepção de um “mundo tóxico”.

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Publicado

2019-08-13