Experiências de saúde entrelaçadas: as compreensões do povo indígena Kapinawá sobre as articulações entre os saberes e as práticas de saúde indígenas e biomédicos

Autores

  • Flávia Maria Martins Vieira

Resumo

Os sujeitos, quando enfermos, recorrem a diferentes terapêuticas e tratamentos, podendo ou não articular diferentes saberes e práticas de saúde ou acessar essa articulação pelo sistema público de saúde. No caso dos povos indígenas, a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) define como diretriz a articulação com o sistemas tradicionais indígenas de saúde, mas essa questão não vem se realizando devidamente no cotidiano destes povos. O que merece nossa atenção é mapear e entender como esses sujeitos criam, elaboram suas próprias formas de lidar com a articulação de saberes e como eles compreendem, vivenciam a articulação entre sistemas médicos proposta pela PNASPI. O trabalho aqui apresentado se trata de uma primeira tentativa de expandir a discussão teórica e os delineamentos metodológicos definidos para a realização de meu projeto de pesquisa de dissertação de mestrado a ser desenvolvido ao longo do ano de 2017 e 2018 no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco. Tendo em isso em vista, não irei apresentar aqui resultados de uma pesquisa já concluída, mas sim, explorar conceitualmente o tema e objeto da pesquisa a fim de levantar
algumas questões e possibilidades de caminhos para uma pesquisa na área da Antropologia da Saúde e Antropologia Indígena. No primeiro tópico deste texto apresento alguns dados históricos a respeito da atenção à saúde dos povos indígenas no Brasil; no segundo tópico apresento e discuto alguns dos conceitos teóricos que pretendo utilizar na pesquisa; e no terceiro e último tópico exponho como cheguei a este objeto de pesquisa e como pretendo, metodologicamente, realizar a pesquisa junto ao povo indígena Kapinawá.

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Publicado

2019-08-13