Escrita da imagem, escrita do corpo, escrita da terra – A Universidade do Movimento dos Artistas Huni Kuin
Resumo
O trabalho parte de uma retomada das experiências iniciais de pesquisa de Ibã Huni Kuin, vistas a partir da noção de transversalidade, levantando a hipótese de que suas pesquisas na Licenciatura Indígena da Universidade Federal do Acre, desde 2009, resultariam, em parte, de um desdobramento dessa relação com os saberes não-indígenas marcada, ao mesmo tempo, pela apropriação e pela diferença. Na universidade, a pesquisa se desdobrou em outras linguagens, como o desenho e o vídeo, e integrou um grupo de pesquisadores artistas huni kuin. As atividades do grupo de pesquisa levaram à criação da associação Movimento dos Artistas Huni Kuin – Mahku. Aqui a apresentação tem por foco as linguagens adotadas pelo grupo de pesquisa e pelo coletivo de artistas para desenvolver suas atividades de pesquisa, que denominei aqui escritas. Para a ideia de transversalidade que quero apresentar, as escritas ou agenciamentos permitiram ao grupo tanto tratar e produzir conhecimentos tradicionais entre os próprios huni kuin, quanto se apropriar da universidade para constituir um ponto de vista institucional simétrico, o Centro Mahku Independente.