Movimento Negro e micropolítica. Lutas por visibilidade e o debate racial em Duque de Caxias/RJ
Resumo
A cidade de Duque de Caxias é palco de um intenso debate racial há muitas décadas, tendo presenciado a passagem de personalidades consideradas importantes para o movimento negro brasileiro, como Joãozinho da Gomeia e Solano Trindade, para citar alguns exemplos, assim como a passagem de muitos grupos pertencentes aosA cidade de Duque de Caxias é palco de um intenso debate racial há muitas décadas, tendo presenciado a passagem de personalidades consideradas importantes para o movimento negro brasileiro, como Joãozinho da Gomeia e Solano Trindade, para citar alguns exemplos, assim como a passagem de muitos grupos pertencentes aos movimentos ditos culturais e aos chamados “movimentos políticos”. Além do trabalho de grupos e indivíduos na organização de políticas de combate à discriminação racial e/ou na promoção de uma cultura afro, atualmente a cidade também conta com a presença de um conselho municipal, composto por representantes de movimentos sociais e do poder público, cujo objetivo seria o de fiscalizar o governo municipal para garantir uma “política de promoção de igualdade racial” na cidade. Apesar do quadro efervescente em vários aspectos no que tange a pensar a questão racial na cidade, marcado, inclusive, por conquistas no campo de uma política do Estado, como a criação do conselho supracitado, o cotidiano de quem faz movimento negro em Caxias pode ser caracterizado por uma luta pelo reconhecimento da pertinência das pautas do movimento frente a discursos que questionam a existência de discriminação racial no Brasil. Luta esta que se dá especialmente no terreno das microrelações, como pôde ser etnografado na dissertação de mestrado que inspira esta escrita. O presente trabalho pretende, então, explorar os aspectos da atuação dos movimentos negros de Caxias que a análise de uma micropolítica evidencia e, paralelamente, analisar a importância que a abordagem acerca da molaridade e molecularidade dos processos sociais de Gilles Deleuze e Felix Guattari teve para os encaminhamentos da pesquisa em questão. movimentos ditos culturais e aos chamados “movimentos políticos”. Além do trabalho de grupos e indivíduos na organização de políticas de combate à discriminação racial e/ou na promoção de uma cultura afro, atualmente a cidade também conta com a presença de um conselho municipal, composto por representantes de movimentos sociais e do poder público, cujo objetivo seria o de fiscalizar o governo municipal para garantir uma “política de promoção
de igualdade racial” na cidade. Apesar do quadro efervescente em vários aspectos no que tange a pensar a questão racial na cidade, marcado, inclusive, por conquistas no campo de uma política do Estado, como a criação do conselho supracitado, o cotidiano de quem faz movimento negro em Caxias pode ser caracterizado por uma luta pelo reconhecimento da pertinência das pautas do movimento frente a discursos que questionam a existência de discriminação racial no Brasil. Luta esta que se dá especialmente no terreno das microrelações, como pôde ser etnografado na dissertação de mestrado que inspira esta escrita. O presente trabalho pretende, então, explorar os aspectos da atuação dos movimentos negros de Caxias que a análise de uma micropolítica evidencia e, paralelamente, analisar a importância que a abordagem acerca da molaridade e molecularidade dos processos sociais de Gilles Deleuze e Felix Guattari teve para os encaminhamentos da pesquisa em questão.