Práticas de ser, conhecer, pensar e escrever: incertezas e disputas sobre as condições das águas na foz do rio Doce no pós-rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco
Resumo
O texto tem por propósito ajudar a trazer algumas disputas entre práticas de ser e conhecer que norteiam as relações das pessoas (humanas) com as águas e alguns de seus seres e também as suas formas de perceber, avaliar, interpretar as suas condições no pósrompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco em 2015, em Mariana-MG, enfocando a situação da foz do Rio Doce, no Espírito Santo.O artigo apresenta descrições de três situações de ação, cunho mais ritualizado, mas mesmo assim permeadas por ruídos: (1) uma reunião do Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca e da Aquicultura (COMPESCA), em 02 de março de 2016; duas audiências públicas realizadas na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES), que contaram com a presença dos atingidos: (2) a primeira em junho de 2016, e a (3) segunda em dezembro de 2016. As situações trazem um pouco dos (des)encontros de saberes e de tentativas de cortes na participação de agentes em redes devotadas a decisões sobre como lidar com soluções e mudanças trazidas pelo rompimento da barragem de rejeitos, bem como algumas das tentativas de ingressar e permanecer na mesma. São situações em que os atingidos e os responsáveis pela gestão encontraram-se em diálogo e enfrentamento.