Controvérsias entre concepções de paisagens e a dinâmica da ocupação Kaingang: antropologia, história e arqueologia nas políticas de colonização e demarcação de terras no sul do Brasil

Autores

  • Alexandre Aquino

Resumo

As controvérsias entre a arqueologia, a história, a antropologia e a territorialidade kaingang articulam-se às transformações do seu território, em conseqüência da usurpação de terras tradicionalmente ocupadas e das regras que estão em jogo na política fundiária do órgão responsável (FUNAI). Entende-se que esta dinâmica de ocupação do espaço deu-se a partir de uma série de eventos (expedições militares e cientificas, construção de estradas e criação de aldeamentos) e, entretanto, num dado momento, a organização política e territorial do espaço colonizado, ao invés de verificar o simples abandono do território pelos indígenas, corroborando a visão colonialista da ausência de cultura e/ou de vazio demográfico, formuladas em diversos momentos, insere-se num contexto em que a reivindicação de terras e a memória social estão associadas a uma paisagem
ameríndia, efetivamente povoada com vestígios de acampamentos e assentamentos ancestrais. Considerando que este processo histórico é constituído por argumentações e práticas que se sustentaram nos termos do Grande Divisor (Latour, 2000), este estudo visa contrastar as formas e o conteúdo destas ciências e a hermenêutica jurídica, principalmente no que se refere às atuais condições políticas em que o marco temporal tem pautado a política do órgão responsável e a dinâmica socioespacial kaingang no sul do Brasil.

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Publicado

2019-08-14

Edição

Seção

ST13 - Mapear é conhecer territórios? Etnografando mapas indígenas no Brasil