Previsões de tempo e clima: afinal, para quem são produzidas?
Resumo
Discussões científicas em âmbito internacional, nas últimas décadas, no contexto dos possíveis impactos das mudanças climáticas, têm dado ênfase às pesquisas sobre serviços climáticos, entendido, de modo geral, como a geração, provisão e contextualização de informações e conhecimentos gerados pela pesquisa climática para tomadas de decisão em todos os níveis da sociedade, com o objetivo de diminuir prejuízos sociais e econômicos. Este artigo pretende apresentar e discutir um projeto de pesquisa, desenvolvido no INPE, com o intuito de analisar os impactos dos serviços climáticos na agricultura familiar. O projeto será desenvolvido em três etapas: (1) avaliação de como o produtor se orienta em relação às condições de tempo e clima para tomadas de decisão; (2) Identificação e definição de demandas por informações de tempo e clima, procurando estabelecer um conjunto de ferramentas e meios que permitam o acesso e uso de tais informações pelo agricultor; e (3) avaliação da experiência do uso dos serviços climáticos. Foram escolhidos dois estudos de caso:
um na região do Seridó, no Rio Grande do Norte, no município de Currais Novos, e outro no Vale do Paraíba, entre produtores orgânicos. Apesar de o tema não ser novo no país, o tratamento acadêmico tem conferido uma nova dimensão ao assunto, como, por exemplo, permitir perspectivas do tipo bottom up e de co-production, que passam a dar sentido a perguntas do tipo: Afinal, centros de previsão de tempo e clima fazem previsões para quem?