Clínica psi e produção de pacientes: um campo de estudos etnográficos

Autores

  • Arthur Arruda Leal Ferreira
  • Natalia Barbosa Pereira

Resumo

Este trabalho busca examinar os efeitos de subjetivação produzidos pelas práticas psi oriundas do campo clínico. De modo mais direto o interesse é observar os modos como os pacientes constituem-se como tal no conjunto das atividades terapêuticas que estão frequentando. Para acompanhar este processo, optamos por realizar uma pesquisa de campo na Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ. Este espaço foi escolhido, pois aí convivem terapias de orientações bem diversas (psicanalíticas, gestaltistas, cognitivo-comportamentais, existenciais e esquizoanalíticas). Por questões de política de pesquisa, houve a decisão de acompanhar este processo por entrevistas e participação em grupos de supervisão. No trabalho de campo nos guiamos por algumas questões propostas pela Teoria Ator-Rede e Epistemologia Política quanto à simetria entre discursos científicos e discursos correntes. De modo mais detalhado isto implica em considerar as narrativas dos pacientes no mesmo plano das narrativas dos terapeutas formados e em formação (estagiários). Desta forma foi possível observar que os pacientes desenvolvem, associado às práticas terapêuticas, singulares técnicas de si como modos de acessar às verdades produzidas na clínica. Buscamos este conceito foucaultiano como modo de entender esta construção ativa da própria posição de paciente. Para tal, exemplos destas práticas serão destacadas quanto à constituição de diários e exercícios de autoquestionamento, além de alguns mal-entendidos constitutivos

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Publicado

2019-08-15

Edição

Seção

ST18 - Práticas Psi e modos de produção de subjetividades: um campo de descrições etnográficas