O mercado deve ser feito! Um sociólogo em uma equipe de design

participando de projetos, constituindo mercados

Autores

  • Rafael da Silva Malhão

Resumo

A entidade que nos habituamos a chamar de capitalismo (isto é, o modo de produção específico de um momento histórico também específico) não paira pelo éter social, determinando o modo como vivemos. O capitalismo exige um trabalho mais sutil e constante para sua existência e manutenção. Ele demanda de um desempenho cotidiano, o qual se dá em diferentes momentos de nossas vidas, inclusive naqueles mais banais, quando não percebemos que estamos reproduzindo as condições necessárias para a sua manutenção como modo de vida, ou seja, muito mais do que um modo de produção. O design não é e nem pretende ser uma atividade pura, ele está sempre conectado com: como as coisas são compradas, como as coisas são vendidas, como as coisas são usadas, como as coisas são descartadas ou recicladas. Para o design funcionar em suas diversas instâncias, especialmente na constituição do mercado, ele não pode ser apenas uma ferramenta de comunicação, deve ser também uma forma de moldar materiais, moldar os valores de uma marca que atraiam clientes, criar identificação para o consumo ao mesmo tempo que resolve problemas, sejam eles criados pelo próprio design como forma de abrir ou expandir o mercado, resultado da produção de desejo, ou problemas que os próprios clientes demandam uma solução. O ponto central da discussão proposta aqui é: como designers e sociólogos (ou cientistas sociais em geral) ao trabalharem juntos produzem as necessidades de consumo que são fundamentais para manutenção do mercado.

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Publicado

2022-04-13

Edição

Seção

ST10 - Entre a Política e a Técnica: práticas de conhecimento em comparação