Como as plataformas digitais têm (re)produzido as lesbianidades?

Uma abordagem decolonial dos processos de plataformização das sexualidades

Autores

  • Julianna Paz Japiassu Motter

Resumo

O objetivo da presente pesquisa é investigar se, e de quais maneiras, as plataformas digitais têm operado na (re)produção das lesbianidades, através de um mapeamento e documentação que dê conta de como distintas plataformas (re)produzem a lesbofobia. Para isto, serão analisados, ainda, como os processos de colonialidade de dados e de tecnologias atuam em processos de acirramento das discriminações semiótico-materiais contra lésbicas. A pesquisa aborda a incidência desses processos contra lésbicas nas respostas (outputs) de plataformas advindas do Vale do Silício, e presentes em países da América Latina, com ênfase no Brasil. Percorreremos, inicialmente, as plataformas Instagram, o buscador da Google e o Twitter pelos acontecimentos e controvérsias gerados a partir dessas duas plataformas e que foram denunciados por usuárias como demonstrações de expressões lesbofóbicas engendrada em suas estruturas. Através de um enfoque teórico, baseado nas perspectivas decoloniais (ANZALDÚA, 2021; RICAURTE, 2019) e nos debates sobre enviesamentos algorítmicos (BUCHER, 2018; NOBLE, 2018; SILVA, 2019, 2020), analisaremos o enredamento entre os enviesamentos algorítmicos e a colonialidade de corpos, dados e plataformas desde a ótica das lesbianidades. Assim, busca-se compreender, também, de quais maneiras os algoritmos, e demais agenciamentos envolvidos nas plataformas digitais, acrescem aos dispositivos de sexualidade e gênero (FOUCAULT, 2013). Entende-se, para tanto, que estudar plataformas requer olhar para toda uma rede sociotécnica (LEMOS, 2013) e, para tal, propõe-se um método híbrido, de caráter cartográfico-genealógico, inspirado na Teoria Ator-Rede.

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Publicado

2022-04-28

Edição

Seção

ST18 Coproduções contemporâneas: intervenções biotecnológicas sobre o corpo e sexualidade