As possibilidades do YouTube enquanto plataforma para uma investigação etnográfica

Autores

  • Fernanda Luiza Godinho

Resumo

A crise sanitária que vivenciamos fez emergir fragilidades referentes àquilo que se considera classicamente como pesquisa de campo na antropologia, a saber, o “estar lá” e a “observação direta e participante”, inviabilizando, dessa forma, “certa” pesquisa. No entanto, essas fragilidades serviram também como ponto de partida para destacar metodologias de pesquisa alternativas àquelas que são praticadas mais amplamente. Foi a partir da plataforma do YouTube que encontrei a possibilidade de investigar as estratégias de marketing relacionadas ao empreendimento de um loteamento urbano chamado Smart City Laguna. Este tem sido considerado, pelos seus idealizadores, a primeira cidade inteligente e social do mundo. Tenho especificamente levado em conta os vídeos publicados no canal institucional da incorporadora responsável pelo loteamento, a Planet Smart City, nos quais são utilizadas narrativas de clientes (futuros moradores e investidores) para atribuir sentido particular e valor ao empreendimento. Estou interessada também em explorar que tipos de contatos são possibilitados pela plataforma do YouTube; o que é possível analisar e inferir a partir não só da análise de vídeos, mas tendo em conta o conjunto de atores que compõe o ambiente da plataforma a parir de comentários, likes e dislikes. Nesse sentido, apostar em uma etnografia em um meio, como o YouTube, onde não se tem contato direto e imediato com aqueles que, no campo clássico, são os atores da pesquisa, tem sido um trabalho investigativo e de busca por rastros de agências.

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Publicado

2022-04-28

Edição

Seção

ST19 Modos de ocupar a etnografia em tempos de pandemia: cibercultura e redes sociotécnicas