Bi-blioteca
divulgação científica sobre bissexualidade e monodissidência no Instagram
Resumo
Tendo como contexto a comunicação sobre bissexualidade e outras identidades ou temas que permeiam o universo das monodissidências, objetivamos refletir sobre a divulgação científica nas mídias digitais a partir da idealização e administração da Bi-Blioteca. A Bi-Blioteca (@bi__blioteca) é um perfil criado por nós em janeiro de 2021 na plataforma Instagram a partir da percepção de que existe uma demanda do movimento bissexual e de sujeitos bissexuais, por produções científicas e dados sobre a bissexualidade. Isso se dá ao mesmo tempo em que há um aumento de pesquisas acadêmicas sobre o tema, porém, estas são pouco conhecidas entre ativistas e entre a comunidade em geral. Portanto, criamos o perfil com a intenção de facilitar o acesso às reflexões teóricas sobre bissexualidade e como uma devolutiva de nossas pesquisas às pessoas interlocutoras. Em meio ao contexto da pandemia da Covid-19 percebemos e participamos de mobilizações em torno da bissexualidade, onde as mídias digitais têm centralidade. Com a emergência da pandemia e a mudança de muitas atividades do presencial off-line para o on-line, iniciativas locais passaram a se integrar mais facilmente em uma rede de ativismo nacional e em diálogo com a academia. Destacamos a divulgação das produções acadêmicas sobre bissexualidade e monodissidência como estratégia de criação de espaços entre as produções científicas e a agenda do ativismo bissexual, bem como enquanto incentivo à produção de mais pesquisas. A partir dessa divulgação estabelecemos diálogos com ativistas e pessoas que comunicam sobre a bissexualidade, que também se apropriam das teorias apresentadas por nós e outras pessoas pesquisadoras para produzir seus conteúdos, gerando novos entendimentos e mobilizações políticas. Nesse sentido, desenvolve-se uma relação dialógica entre academia, produção de conteúdo e ativismo como resistência entre pares, ao mesmo tempo em que se busca a divulgação sobre as pautas para outros públicos. Salientamos as possibilidades de expansão da comunicação a partir das tecnologias, mas ao mesmo tempo, perfis nas redes sociais ficam à mercê da identidade algorítmica e do agenciamento das plataformas que dificultam a “entrega” de conteúdo na medida em que o personalizam.