Pular os muros da escola

em busca de territórios, experiências e expansão das imaginações na educação básica

Autores

  • Luis Carlos Sovat Martins
  • Rafael Nogueira Costa

Resumo

Este relato considera os espaços fora da escola como locais para o fortalecimento da “educação da atenção” com aporte em Ingold. Estamos em busca de práticas educativas capazes de promover a sintonia fina ou sensibilização dos sistemas perceptivos. Como um rio que nasce nas cabeceiras, seguiremos seus fluxos para apresentar caminhos inovadores no ensino de ciências, atentos às conexões. O território da experiência são as aulas de campo como ponto de partida para uma educação em contato com as naturezas. Acompanha nesse fluxo, propostas de pesquisas na interlocução com o debate da educação pública, ensino de ciências, educação ambiental nas infâncias e formação nos contextos escolares. Propomos uma investigação utilizando metodologias abertas e experimentais em busca de instrumentos de investigação e, sobretudo, instrumentos de formação, como definiram Finger e Nóvoa sobre as narrativas autobiográficas. Nossos objetivos são: i) compreender limites, desafios e avanços no preparo e realização de aulas do “outro lado” da escola. Lá fora, busca-se encontrar experiências que estimulem a curiosidade e despertem a imaginação. Como é o seu mundo? Encontrar com o inusitado, com o não falado, o não visto, o novo, desperta para um ensino mais contextualizado com os territórios? É possível identificar, analisar e mapear a diversidade biocultural da cidade para encontrar salas de aula? Que tipo de território pode ser experimentado por estudantes e professores da educação básica como palco para aulas abertas? Iniciamos uma subida pela Bacia Hidrográfica do Rio Macaé em busca da “pedagogia da água”. Partir dos territórios para efetivação de direitos e buscar neles suas possibilidades educativas, dialogando com as bioculturas em prol do desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens inseridos no sistema educacional são as flechas que o nosso arco aponta. Acrescentamos uma agenda para o ensino de ciências e educação ambiental que estabeleça articulação entre o ato de desemparedar e o direito ao território. Para Tiriba, a educação deve propor formas nas quais a existência humana sobre a Terra seja uma escolha que rompa com todo controle e dominação sobre a natureza, sobre as classes trabalhadoras, sobre os povos originários, sobre as mulheres e sobre as crianças. Tais formas passam por educar em uma perspectiva que gere protagonismo para uma nova sociedade sustentável, sendo a escola, necessariamente, acolhida em seu território e na cidade aprendente/educadora.

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Publicado

2022-04-28

Edição

Seção

ST21 Experiências sentipensantes: corpos, saberes e ambientes em perspectiva