Prisioneiras das Incertezas
mulheres nos arredores do cárcere enquanto operadoras de mercado e cuidado
Resumo
Em diálogo com as atuais pesquisas em prisão que compreendem a instituição como produtora de múltiplos circuitos nos posicionamos em uma localização geográfica: o extremo oeste paulista; a fim de descrever a movimentação de mulheres visitantes de prisões masculinas, incorporadas na categoria nativa mulheres de presos, desde a óptica da sociologia dos mercados no que traz de reflexão referente à economia do cuidado. Por outro lado, a atual economia política do fenômeno do encarceramento em massa dialoga com as premissas referentes aos mercados contestados colocando em circuito objetos e relações passíveis de controvérsias morais. O argumento neste artigo, seguindo de perto Zelizer, é o de que o apelo ao cuidado opera o elemento que dá significado à circulação de mulheres e os bens que as acompanham nas dinâmicas de mercantilização nos arredores do cárcere.