Digitalização da vida

a plataformização do eu como recurso de autocuidado orientado por diagnóstico algorítmico

Autores

  • Milena Geisa dos Santos

Resumo

Os usos de tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano social. Atualmente, incontáveis atividades são desempenhadas através de recursos digitais. Ou seja, há uma infinidade de softwares designados para: trabalho, delivery, relacionamentos, educação, transações bancárias… e autocuidado. No que diz respeito à última categoria mencionada, os números são significativos. Por exemplo, desde o ano de 2017, mais de 10.000 aplicativos orientados à saúde mental encontram-se disponíveis para download através de smartphones (TOROUS; ROBERTS, 2017). No Brasil, segundo informação da Play Store, o mais utilizado é o Cíngulo Terapia Guiada – com mais de 1 milhão de downloads. Por isso, o elegi como objeto de estudo. A respeito dele, meus objetivos são: 1) identificar as razões pelas quais os indivíduos começaram a consumir terapia digital; 2) descobrir se os dados dos usuários são protegidos ou comercializados. É importante destacar que, como percurso metodológico para entender tais questões, escolhi utilizar: 1) netnografia e entrevista, para interpretar a relação dos consumidores com o aplicativo; 2) o Plugin PoliDroidAs (SLAVIN et al., 2017), para investigar se o Cíngulo cumpre todos os termos de privacidade ou se pratica Capitalismo de Vigilância (ZUBOFF, 2015). Ademais, é importante destacar que por se tratar de um projeto de pesquisa, o presente trabalho traz questionamentos e reflexões em lugar de respostas ou resultados.

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Publicado

2022-04-28