monoculturas
um exercício de figuração especulativa feminista
Resumo
O exercício de figuração tem sido uma forma de especular sobre o que mais pode ser dito sobre uma história que parece, à primeira vista, de modos politicamente unívocos de descrição, apenas destrutiva. Tendo percorrido o já repisado mas sempre necessário caminho da crítica às supostas determinações ontológicas do maquinário tecno-científico-mercadológico, um novo desafio se coloca: como reativar, em nossos feitiços de linguagem, as materialidades que emergem de relações atravessadas por contradições? Se a racionalidade é um dos deuses idolatrados pelas políticas de morte, como salvar o pensamento da captura de representar um mundo já dito; como reunir as palavras na tessitura da existência e refazer o vínculo fecundo das histórias? Minha proposta é experimentar com algumas cenas, imagens e narrativas que circundam a ideia de monocultura, baseada em materiais de minha própria observação, em leituras feministas, em manifestos em mídias digitais e em minha pesquisa teórica na antropologia, buscando desmanchar linhas e costurar incômodos inesperados em modos simplificados de encarar problemas tão conhecidos.