Aprendendo a aprender no candomblé

notas sobre caminhos, conhecimento e a educação da distração

Autores

  • Lucas Marques

Resumo

Neste trabalho pretendo refletir sobre alguns modos de aprendizagem presentes no candomblé, atentando-me para a relação entre ser, fazer e saber que permeiam essa religião. Nesse sentido, argumento que a relação entre "ter caminho" e "saber fazer" é fundamental para compor o sistema de aprendizagem no candomblé, um sistema onde se aprende muito mais fazendo do que recebendo algum tipo de corpus estabelecido de conhecimento, e que envolve um jogo de visibilidades e invisibilidades que, inspirado da obra de Tim Ingold, poderíamos chamar de uma “educação da distração”. Por fim, pretendo reverberar esse modo de aprendizagem para a própria prática etnográfica, pensando-a – a partir das ideias de distração e de caminho – enquanto um procedimento transformativo, um saber-fazer vacilante que é constituído na própria experiência do encontro.

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Publicado

2022-04-28

Edição

Seção

ST07 Aprender na prática: aprendizagem e educação entre técnica, corpo e arte