A aldeia dos encantados

intrusão cosmopolítica em uma assembleia indígena apurinã

Autores

  • Mario Rique Fernandes

Resumo

Tendo como mote a descrição de uma assembleia indígena situada em uma região ameaçada pelo desmatamento ocasionado pelo avanço da fronteira agrícola no sul do Estado do Amazonas (municípios de Boca do Acre e Pauini), faço uma reflexão acerca dos “vestígios e sinais de modos de vida passados carregados no presente”, ou aquilo que Anna Tsing et al. (2017) nomeiam como “fantasmas do antropoceno soprando sobre paisagens assombradas”. Talvez o legado secular do “tempo dos seringais” herdado pelos Apurinã não tenha sido propriamente paisagens degradadas, contaminadas ou destruídas, mas paisagens assombradas por modos de vida passados. Como prestar atenção a esse palimpsesto de tempo/espaço presente nas paisagens quando nos propomos a seguir nossos interlocutores ao longo de suas redes terrestres? A história que trago aqui é fruto de um desses meus deslocamentos pelo Purus ao acompanhar os Apurinã – participando de uma assembleia - e desdobrar ao longo dessas linhas o leque de controvérsias nos quais estão metidos (Latour 2012).

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Publicado

2022-04-28

Edição

Seção

ST08 Mundos, descrições, existências: conexões parciais na antropologia das Américas