Diferenças e continuidades na política

Uma análise a partir da cozinha e da comida no quilombo do Pratigi (BA)

Autores

  • Fábio Júnior da Luz Barros UFSB

Resumo

O presente texto propõe estudar as relações políticas feitas no âmbito da cozinha na comunidade quilombola do Pratigi, situada no município de Camamu, Baixo Sul da Bahia. O objetivo é buscar entender as diferenças e continuidades no jeito de “fazer política” na e através da cozinha e da comida, comparando dois períodos separados por vinte anos - 2000 a 2020. A escrita deste trabalho foi baseada em formas distintas de observação. Uma delas consistiu em idas a campo ao longo de um ano, para composição da minha dissertação, entre 2019 a 2020. A outra consistiu em resgatar, em minha própria memória, sendo eu “nativo” do Pratigi, os causos e as histórias a respeito do “fazer política” no quilombo. Comparando esses dois momentos, procuro mostrar como o modo de fazer política através da comida e/ou da/na cozinha adquiriram particularidades diferentes na comunidade quilombola do Pratigi, entre os anos de 2000 a 2020, sem deixar de notar ao mesmo tempo algumas continuidades. Ao longo do texto veremos dois casos, primeiro, como minha mãe que aparentemente apresentava ser uma antagonista política, na verdade não era e, segundo, como Walnei (cabo eleitoral) aprendeu a “fazer política” com a sua mãe Valentina. Logo o “fazer política”, as mulheres e a cozinha estão relacionadas no Pratigi.

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Publicado

2024-11-18

Edição

Seção

ST12 Casas, cozinhas e fogões agenciando reuniões, criações e transformações em coletivos quilombolas, sertanejos, indígenas e camponeses