Impactos socioambientais da monocultura do eucalipto na comunidade Córrego do Soares - município de Capelinha (MG)
Resumo
O Vale do Jequitinhonha, desde os anos de 1960, é considerado pelo poder público como uma região de pobreza e miséria, com terras improdutivas e devolutas. Como solução para melhorar o índice de desenvolvimento da região, os governos militares, a partir da década de 1970, investiram no monocultivo de eucalipto aliado à tecnologia da Revolução Verde. O monocultivo de eucalipto no município de Capelinha – MG, localizado no Alto Jequitinhonha, no bioma do Cerrado, iniciou-se na década de 1970, com a implantação da empresa Floresta Acesita. Entre as comunidades rurais do município que aderiram ao monocultivo de eucalipto, temos a comunidade Córrego do Soares. Na comunidade, após a adesão à monocultura de eucalipto, observa-se conflitos e tensões em diversas dimensões: geração de trabalho, uso da água e da terra, economia, cultura e saúde. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo analisar as modificações na ocupação da terra, na força de trabalho e na renda das famílias a partir da década de 1970, na comunidade Córrego do Soares. Os caminhos metodológicos da pesquisa consistem na realização de entrevistas semiestruturadas e análise documental. Os dados coletados foram submetidos às fases de análise de conteúdo estabelecidos por Bardin (2011). Os dados coletados evidenciam que a partir da introdução do monocultivo de eucalipto na comunidade de pesquisa, houve a precarização do trabalho, redução da renda familiar e impactos ambientais.