Digitalização de Práticas Psis

Uma problematização sobre o uso alienado de tecnologias digitais na psicologia

Autores

  • Camila Pereira Alves UFRGS
  • Letícia Cardoso da Silva UFRGS
  • Vanessa Soares Maurente UFRGS

Resumo

A digitalização das práticas psis compõe uma das faces de um processo amplo de captura digital da vida, catalisado e evidenciado pela pandemia. As formas de conhecer, comunicar e intervir psis têm sido moduladas amplamente pelo uso de TDIC’s que mediam e conectam profissionais e usuários. Plataformas digitais que além dos serviços fins que oferecem, também compõem um projeto de dataficação e algoritmização da vida. Propomos um ensaio teórico que problematize a digitalização das práticas psis através do uso ingênuo e alienação técnica com a qual a psicologia tem usado plataformas comerciais para deslocar práticas tradicionalmente analógicas na ecologia digital. Como pode a psicologia modular suas práticas de trabalho com interfaces digitais para promover saúde mental coletiva e ampliar modos de ser e existir no mundo fazendo uso de TDIC’s situadas no domínio de big techs de vigilância, colonialismo e extrativismo digital? A paradoxal digitalização das práticas psis através de interfaces digitais hegemônicas coloca em análise o problema da crença na neutralidade das tecnologias e no desenvolvimento alienado de práticas psis que têm sido catalisadoras de elementos singulares e sensíveis transformados em dados na maquinaria hegemônica da informática de dominação que controla e quer ditar modos de subjetivação contemporâneos. Como saída possível, apostamos na desalienação digital das práticas psis e no uso de tecnologias de software livre.

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Publicado

2024-11-18

Edição

Seção

ST26 Etnografias de Saberes Psi: naturezas, formas de existência e modos de subjetivação