Ecos, tons e megapixels do modo Maíra
Os Tentehar-Guajajara na guerra da comunicação no contexto da T.I Cana Brava
Resumo
O povo Tentehar que vive na Terra Indígena Cana Brava, no centro-sul maranhense, enfrenta desafios diante das pressões da colonização sobre suas terras ancestrais por séculos, estabelecendo na região conflitos de grandes proporções. Diante das presenças de missões religiosas e povoados intrusivos, segue a luta na defesa da terra e dos seus modos de vida. São conflitos interétnicos intensificados com o asfaltamento da rodovia BR-226 que corta a Cana Brava, desde o final dos anos 90, trazendo impactos socioambientais irreversíveis e não mitigados pela inconclusão do licenciamento ambiental. Através do modo Maíra e do regime de aproximações controladas, um modo de resistência política de fundo cosmológico e ontológico enunciado por seus heróis criadores, traçam estratégias de manipulação das alteridades relacionadas aos impactos dessa obra, entre os quais, está a deterioração da sua identidade com a produção exógena da imagem de “índios da BR: donos e promotores do caos na rodovia”. Na guerra da comunicação, constituem um complexo com recursos analógicos e digitais, produzindo contraimagens e discursos instrumentalizando a resistência diante das ameaças nas relações interétnicas. Assim, no modo Maíra, apresentam-se dinâmicas das agências tentehar diante das imagens de “índio” na região, tendo como pano de fundo, duas reportagens televisivas.