Cartografia potencial da cidade
Novos mapas para Juiz de Fora – MG
Resumo
O que os mapas e outros dispositivos cartográficos de Juiz de Fora dizem sobre sua história? Quais narrativas orientaram os mapeamentos da cidade e quais permanecem por serem mapeadas? O artigo pretende elaborar um breve repertório da cartografia em torno da cidade da Zona da Mata mineira, analisando os interesses por trás de seus recortes e representações e associando criticamente a produção destes dispositivos cartográficos tanto com o discurso oficial sobre a história da cidade, quanto com as novas narrativas e práticas de leituras sobre o território. Para além deste levantamento histórico, o artigo também analisa práticas contracartográficas em curso, realizadas por coletivos, artistas e movimentos sociais, com o objetivo de dar a ver outras formas de vida e outras possibilidades de espacialização da história de Juiz de Fora. Entre essas iniciativas, destacam-se o projeto de arte-educação urbana Cartografias Afetivas e a caminhada Juiz de Fora Negra como experimentações espaciais dissidentes e, em alguns casos, fabulatórias do território. A ideia de história potencial, de Ariella Azoulay (2019), é um importante orientador metodológicos para a análise e o embasamento para a noção de cartografia potencial.