Vida, política e escrita: experimentações com o arquivismo

Autores

  • Carolina Cantarino Rodrigues Universidade Estadual de Campinas
  • Susana Oliveira Dias Universidade Estadual de Campinas

Resumo

A proposta que apresentamos deseja criar entrelaçamentos que permitam habitar de uma outra forma o mundo e os arquivos. Uma escrita-pesquisa que mapeará as linhas (seus movimentos, desenhos e configurações) que atravessam a constituição de arquivos na contemporaneidade, focalizando a aposta das biotecnologias (perfis genéticos que se pretendem o último arquivo, corpos inventariados e transformados em bancos de dados). Na medida em que, além do corpo, as próprias palavras, imagens e sons também se tornam arquivos, a partir do diagnóstico proposto, interessa-nos também pensar as potências das experimentações com o arquivismo - produzidas na interface entre filosofia, artes, ciências e comunicação - de afetar as relações entre vida, política e escrita. Para tanto, propomos adensar o pensamento sobre o arquivismo com a antropologia das linhas, de Tim Ingold; com filósofos pós-estruturalistas como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jacques Derrida, Michel Foucault e Jacques Rancière; e investigar experimentações com arquivos feitas por artistas contemporâneos como DJ Spook (arquivos sonoros) e Rosângela Rennó (arquivos fotográficos). Possibilidades de pensamento que não recusam, não se opõem, nem denunciam os arquivos. Também não aderem a eles. Promovem dentro deles um esvaziamento vital da política arquivista, transformando-a em problema e, ao mesmo tempo, objeto de experimentação.

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Publicado

2014-08-25