Micro e Macro Ecologias: Diferentes entendimentos sobre o processo de coleta de castanhas na floresta amazônica

Autores

  • Magda dos Santos Ribeiro Universidade de São Paulo

Resumo

Mundialmente apreciada, a castanha do Brasil é objeto – e sujeito – de inúmeras intervenções. Na divisa entre os estados do Pará e Amapá encontra-se um dos maiores maciços de castanhais da Amazônia, nesta região, castanheiros e extrativistas, há décadas, realizam a extração de castanhas para consumo e\ou comercialização. Com a expansão do chamado mercado verde empresas nacionais e transnacionais buscam aproximar-se destas populações com o objetivo de firmar contratos e “parcerias”. A presente proposta visa apresentar e discutir entendimentos e desentendimentos – empresariais e tradicionais, científicos e não-científicos – acerca do processo de coleta de castanhas no interior da floresta amazônica. Trata-se de uma reflexão em torno dos métodos empregados na coleta de castanhas e na certificação de castanhais a partir de uma análise que considera, de um lado, a prática extrativista nas colocações da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, realizada por castanheiros que vivem na região e, de outro, documentos produzidos pela empresa Imaflora, responsável pela certificação dos castanhais da referida reserva. Tanto a prática dos castanheiros, transformados em descrição etnográfica, quanto os documentos produzidos pela empresa certificadora, não fazem outra coisa senão estabilizar diferentes regimes de saber, os quais podem ser pensados como micro e macro ecologias. O presente texto, assim, propõe pensar tanto nestes entendimentos divergentes quanto em seus processos de estabilização.

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Publicado

2014-08-24