Exata e humana: um estudo antropológico sobre Neuroeconomia
Resumo
A Neuroeconomia é um recente campo científico que procura adaptar métodos e conclusões das ciências do cérebro para explicar como os indivíduos escolhem. O objetivo é trazer empiria a uma ciência econômica “demais abstrata”, ou seja, aquilo que a Economia costuma tratar como externalidades e erros marginais nos seus modelos é observado pelos cientistas interessados como prova cabal de que seus métodos são inconsistentes com a força da biologia humana, formação genética e estrutura cerebral. Para tanto, se utilizam de uma máquina de “ressonância magnética funcional” (recém chegada ao Brasil) para avaliar as respostas do sistema neurológico a estímulos como risco, preferências por produtos, gosto pelas apostas, incentivos para ganhar e medo de perder. A sua peculiaridade é possibilitar análises das correntes elétricas e das imagens do cérebro, isto é, com os impulsos e suas variações no tempo. Com eletrodos grudados e um scanner rondando o seu cérebro, indivíduos são questionados em suas escolhas intertemporais entre bens, investimentos e consumos futuros, “questões morais”. Importa nesta apresentação pensar as novidades desse campo no Brasil e seus efeitos sobre formas de governos, estratégias corporativas e modos de compreender o mundo. Ou seja, mapear as origens, debates e contextos da Neuroeconomia (forte sobretudo nas universidades norte-americanas); assim como dialogar com os cientistas brasileiros interessados no tema e descrever como agem no laboratório.